Violência contra mulher: não deixe virar moda

16/02/2012

Violência contra mulher: não deixe virar moda

Novamente estamos aqui abordando tema que eu particularmente não queria estar abordando.
O problema é que fatos deste gênero me chocam de tal maneira que não consigo frear minha “língua”, ou melhor, minhas mãos.
Não bastasse o empresário Djalma Brugnara Veloso assassinar covardemente à facadas sua esposa a procuradora Ana Alice Moreira de Melo, anteontem já lemos outra notícia de assassinato agora envolvendo a cobradora de ônibus Irene Carla da Silva morta pelo mecânico Edicimar Rodrigues de Freitas, seu esposo, seguido também de suicídio.

Obviamente percebemos imediatamente três coisas:
• este tipo de crime não é privilégio de nenhuma classe social;
• a frieza dos assassinatos é digna do Polo Norte;
• não existe a menor preocupação com os futuros órfãos (na maioria dos casos o casal deixa filhos).

Será uma demência coletiva?
Coletiva não sei, mas demência sim.

Em nome do que for mais sagrado, por favor não chamem nem rotulem de “crime passional” este ato hediondo que não tem nada a ver com a paixão.
Quem ama, morre pelo ser amado e jamais seria capaz de cometer algum tipo de violência contra ele.
Tem muito mais a ver com o não suportar a perda da “posse” (sim, pois a maioria acha que é dono da outra pessoa), com o doentio, inaceitável e muitas vezes infundado ciúme, que para mim é de uma imbecilidade tão grande que chega a me dar náuseas.

Vejamos então algumas perguntas:
• O que leva uma pessoa a um crime desta ordem?
• Onde está o poder público, e até onde ele entra nesta história?
• A sociedade como um todo está regredindo ao invés de evoluir?
• Como combater estas barbáries e minimizar seus efeitos desastrosos para a aqueles que ficam?

Possíveis respostas:
• Muitos eventos externos e internos podem levar o ser humano a ser mau ou bom. O meio social na maioria dos casos é o grande vilão formador de “monstros sociais”. É claro que existem também fatores genéticos de demência, mas isto é outra história.
• O poder público tem de ser mais ágil em suas atitudes. O Legislativo o Judiciário e o Executivo devem trabalhar em conjunto para melhorar a eficácia dos procedimentos principalmente no que diz respeito aos morosos julgamentos. As penas devem ser não só aumentadas mas também cumpridas pois a péssima aplicabilidade delas é fator contribuinte para qualquer tipo de criminalidade.
• Acho que avançamos muito em alguns pontos e regredimos em outros. Desde que o mundo é mundo existe violência contra a mulher. Parece-me que hoje está mais divulgado. A sociedade deve se indignar realmente e não aceitar passivamente este ou qualquer tipo de crime. Devemos cobrar e participar efetivamente daquilo que eu chamo de Processos de Reconstrução Social que visará além da punibilidade a prevenção que é mais importante ainda.
• Cabe a nós cidadãos produzirmos diariamente ações e mecanismos que inibam a possível formação de “monstros sociais”. Uma delas, e talvez a principal, seria o combate impiedoso aos nossos próprios defeitos como inveja, maledicência, egocentrismo, egoísmo, consumismo, narcisismo, fazendo brotar sentimentos como solidariedade, amor ao próximo e a tão sumida honestidade.

Claro que existem mais outras tantas ações e fatores que devem ser pensados e analisados, mas aqui já está um começo.
Muitos outros crimes do gênero foram cometidos, mas não é intenção relacioná-los.
Uma coisa é certa: basta de tanta violência e covardia!

Caso queira deixe sua opinião e sugestão.
Grande abraço!

Tomé Ferreira

Imagens:
sxc.hu

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