Síria é a bola da vez: Pela humanidade diz Obama

05/09/2013

Síria é a bola da vez: Pela humanidade, diz Obama

Nessa onda de invasões e disputas de territórios de toda ordem as quais estamos acostumados a ver já há alguns anos, eis que chega de novo, agora com a Síria, a possibilidade de uma nova intervenção Norte-Americana, “em nome da humanidade”!
Sabemos todos que os motivos não são e nunca foram humanitários e sim econômicos.
Aproveitando-se do fato de a região viver em constante conflito, seja étnico, religioso, moral (Ô povo que gosta de guerra!) ou seja lá por que for, países com interesses escusos (e financeiros) armam planos mirabolantes para justificarem sua ofensiva.

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A grande maioria de todas as guerras foram uma grande farsa!
Assim como na história de Tróia (evidências arqueológicas encontradas na Turquia, dizem, comprovam que esta guerra realmente aconteceu em 1280 A.C., apesar de ter sido contada de forma exagerada por Homero), quando os Aqueus (gregos) invadiram a cidade para supostamente recuperar Helena esposa de Menelau raptada por Páris, até a última besteira que vimos no Iraque, os verdadeiros motivos para o belicismo é a expansão dos domínios, riqueza e poder.
A Rússia (que também tem seus interesses na região) e seus aliados defendem o ditador Bashar al-Assad, dizendo que foi armação dos rebeldes (financiados e armados pelo Estados Unidos e outros países árabes) o suposto ataque químico.

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Particularmente acho difícil saber a verdade total sobre a situação. A própria BBC (de muita credibilidade) publicou foto de corpos espalhados no chão alegando que era referente à chacina na Síria e depois se redimiu pedindo desculpas, dizendo que havia cometido um erro e que a foto na verdade era da guerra no Iraque.

Porém, pelo “histórico” norte-americano, as chances de ser uma nova armação, são reais.
Então amigos, nos resta rezar para que a opinião mundial impeça esta arbitrariedade que poderá trazer consequências desagradáveis e talvez catastróficas para o planeta e a humanidade!
O texto abaixo irá enriquecer sua mente com fatos belicistas históricos.

O CAIRO, DAMASCO, E A HIPOCRISIA NORTE-AMERICANA.
Por Mauro Santayana
(JB)- John Kerry anunciou esta semana, na Casa Branca, que os Estados Unidos têm “provas irrefutáveis” do uso de armas químicas pelo Governo Sírio. Traços de gás Sarin teriam sido encontrados no sangue e nos cabelos de voluntários que participaram do resgate de civis atingidos logo após um suposto ataque do governo contra rebeldes no dia 21 de um agosto.
Já vimos esse filme. O uso de armas de destruição em massa pelo governo de Saddam Hussein também foi apresentado de forma inconteste e irrefutável pelo governo norte-americano.
Em nome dessa “certeza”, o Iraque foi bombardeado e invadido, suas defesas foram destruídas por corajosos jogadores de vídeo-game instalados a bordo de aviões e porta-aviões, sem um único combate corpo a corpo, e morreram milhares de crianças e civis iraquianos.
E até hoje nem uma única arma de destruição em massa foi encontrada – apesar de milhares de soldados norte-americanos terem também sido mortos ou feridos, tentando ocupar o território virtualmente “conquistado”, de onde os EUA já se retiraram, depois de centenas de bilhões de dólares em gastos.
Na época, o inspetor da ONU Hans Blix – que deu uma entrevista esta semana ao jornal britânico The Guardian dizendo que não há justificativa para um ataque ocidental à Síria – negou que houvesse armas de destruição em massa no Iraque e teve sua missão em Bagdá interrompida pelos bombardeios norte-americanos.
Os EUA costumam usar, sem nenhum escrúpulo, seus eventuais aliados, e depois livrar-se deles sem nenhuma consideração moral ou ética.
Foi assim, quando se aliaram a Saddam armando-o na guerra contra o Irã, para depois destruir o seu regime sob um pretexto falso, e persegui-lo até a execução de sua sentença de morte por enforcamento, no dia 30 de dezembro de 2006 em Bagdá.
Foi assim que fizeram com Osama Bin-Laden – com cuja família os Bush tinham negócios – depois de apoiá-lo na guerrilha contra os russos no Afeganistão, até cercá-lo e abatê-lo desarmado, na frente de sua família, no dia 2 de maio de 2011, em Abbotabad, no Paquistão.
E foi assim que aconteceu também com Muamar Kadhaffi, capturado de mãos nuas e espancado brutalmente até a morte, em 20 de outubro do mesmo ano, em Sirte, na Líbia, a ponto de ter seu corpo transformado em um hambúrguer diante das câmeras de seus verdugos, armados pelos mesmos países ocidentais que antes o recebiam e apoiavam.
Agora, a história se repete. Os EUA e as grandes redes de meios de comunicação do ocidente procuram desqualificar a denúncia da inspetora da ONU Carla Del Ponte, de que teria levantado evidências, na Síria, de que gás Sarin estaria, na verdade, sendo usado pelos “rebeldes”, apoiados pelo Ocidente, com a intenção de culpar o governo de Bashar Al Assad pelo seu uso.

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Ao invadir outros países sem provas e sem autorização das Nações Unidas, os Estados Unidos agem como os nazistas, que deram início à Segunda Guerra Mundial com uma farsa que completou há três dias exatos 74 anos.
No dia 31 de agosto de 1939 a SS nazista simulou a invasão de uma rádio de língua alemã, na cidadezinha fronteiriça de Gleiwitz, por tropas do exército polonês, para divulgar uma falsa mensagem conclamando a população da Silésia a se revoltar contra Hitler.
Para dar o máximo de verossimilhança aos fatos, os oficiais de Himmler, disfarçados de soldados poloneses, levaram com eles, também vestidos com os mesmos uniformes, 12 prisioneiros de campos de extermínio, que foram abatidos no local, ao final da operação, para que seus cadáveres servissem de prova da suposta “invasão” polonesa. No dia seguinte, 1 de setembro de 1939, as tropas de Hitler, já agrupadas na fronteira, invadiriam a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial.
Ressabiado, talvez, pela participação – sem provas que a justificassem – da Grã Bretanha na Guerra do Iraque, o Parlamento inglês negou na última semana ao Primeiro-Ministro James Cameron autorização para participar do ataque à Síria.
O mundo espera que o Congresso dos EUA, obedecendo à opinião da maioria da população norte-americana, tome atitude semelhante. E que Obama recue, como pode acabar fazendo, de seu plano contra a Siria, estabelecido, como afirmou John Kerry, em sua entrevista na Casa Branca, para “mandar uma firme mensagem” a outros países, como a Coréia do Norte e o Irã.
Não se pode aceitar que a mesma nação que apóia e financia, com bilhões de dólares, o exército golpista egípcio – para que seus soldados massacrem a população civil nas ruas do Cairo – ataque ou bombardeie Damasco, sob pretexto de defender a liberdade.

Grande abraço!

Mauro Santayana

Nascido em Minas Gerais em 1932 Mauro Santayana ocupou como jornalista, cargos destacados nos principais órgãos de imprensa como Folha de S. Paulo, Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil, no qual mantém uma coluna sobre política.
Além de milhares de atividades foi diretor da sucursal da “Folha de São Paulo” em Minas, foi correspondente do Jornal do Brasil em Bonn, na Alemanha, cobriu a invasão da Checoslováquia pelas tropas do “Pacto de Varsóvia”, a “Guerra Civil Irlandesa” e o “Conflito do Saara Ocidental”. Foi também Diretor Presidente do “Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais”, na área Cultural, Adido Cultural do Brasil em Roma e ganhou o Prêmio Esso de reportagem de 1971. E muito mais!

Fonte:

Publicação autorizada pelo autor: maurosantayana.com

 

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