Modus In Rebus

15/07/2014

Modus In Rebus

Por Antônio de Oliveira

Gosto desta expressão: “est modus in rebus”, geralmente citada sem o “est”: Ao pé da letra, existe um modo nas coisas. Lembra o velho poeta latino Horácio. Em todas as coisas deve haver uma medida. Apelo à moderação. Outra expressão paradigmática: sinais dos tempos. Com base nessas duas premissas pode-se fazer uma leitura menos tendenciosa dos acontecimentos. E tomar esse tipo de análise como mais uma lição de vida. É então que a ficha cai. Quando cai…

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E tomo como exemplo o caso Neymar, por sinal, excelente jogador, sem dúvida alguma. Artilheiro. Bate um bolão. Cereja no bolo de nossa seleção. Sem dúvida, ele é o cara. Mas eu ficava impressionado com o seu endeusamento pela mídia, sobretudo televisiva. Antes da Copa e, principalmente, durante a Copa. Com lances de efeitos especiais até patéticos. Lindas apresentações coreográficas, lances em câmera lenta, última tecnologia. Cenas de contorcionismo. Queriam porque queriam transformá-lo num herói mitológico.

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Claro, dinheiro por detrás de tudo. Mola mestra do mundo. Essas promoções não acontecem por acaso. Pois não se realizam a troco de nada. Mas aconteceu o que ninguém esperava. Ou esperava? Talvez o próprio Felipão… Na verdade, como se Neymar não fosse humano, mas superior a tudo e a todos, inclusive dono de suas próprias forças e vértebras, seu endeusamento assanhava a fúria, fúria mesmo, de adversários ferozes, nada escrupulosos.

Zúñigas da vida… Isso a ponto de Neymar ter sido muito marcado e abordado violentamente, até culminar com o que aconteceu. Deu no que deu. Lamentável. Ficou fora da Copa. Sem a chance de nunca mais ganhar uma Copa no Brasil. Restando à mídia transformá-lo em mártir.

Destino? Acaso? Aviso? Violência no futebol? Tragédia anunciada? Não sei não. Ainda estou a matutar. Pensando cá com os meus botões. Só que a vida continua. E não dá tempo para navegar em lucubrações. É isso aí. Navegar é preciso, mas viver também é preciso.

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: [email protected]

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