MÃOS SÃO MUITAS

20/09/2017

MÃOS SÃO MUITAS

MÃOS SÃO MUITAS – Por Antônio de Oliveira

MÃOS SÃO MUITAS – Os dedos da mão não são iguais.

Mas não apenas os dedos.

As mãos também não são iguais.

MÃOS SÃO MUITAS – Do grego, oneômano ou oneomaníaco, comprador compulsivo, mão-furada, mão-aberta, mãos-rotas ou manirroto, mão-frouxa, consumista. Mão-fechada, avarento, mão em garra, escorpião no bolso. Mãos-atadas, pessoa acanhada, indecisa, sem expediente. Mãozudo, que tem mãos grandes.

O calculista se revela na mão calma, tranquila. Do desesperado, dele as mãos tremem. Nas mãos do corrupto se pode observar o que ele tenta ocultar.

Um político brasileiro ficou conhecido como “Mão Santa” em razão de suas atividades assistenciais na área médica. Mão-leve, na gíria, significa gatuno, ladrão.

Mão-boba é o gesto de quem procura, como quem não quer nada, tocar com a mão o corpo de outra pessoa com intenção libidinosa ou de furto.

Entoa o salmista: Quem pode subir ao monte do Senhor? Quem pode ficar de pé no seu santo lugar? Aquele que tem as mãos limpas… Moisés, enquanto tinha as mãos levantadas, Israel vencia, mas logo que as abaixava, Amalec triunfava.

Como se fatigassem os braços a Moisés, puseram-lhe uma pedra por baixo e ele assentou-se nela enquanto lhe sustentavam as mãos, Aarão, de um lado, e Hur, do outro. Suas mãos puderam assim manter-se levantadas até o pôr do sol, e Josué derrotou os amalecitas. A vara nas mãos de Moisés abriu passagem pelo Mar Vermelho. Com um estilingue nas mãos, Davi venceu Golias.

Quanto às mãos postas para orar, consta que o vencido ia ao encontro do conquistador romano, ajoelhava-se diante dele e lhe oferecia as mãos, unidas, para serem acorrentadas. Com essa atitude, sujeitava-se a ser escravo, mas pelo menos se lhe poupava a vida. Pode ser que, a partir daí, o costume se tenha generalizado na Era Cristã, à hora das súplicas religiosas.

Mãos ao alto, por sua vez, significa rendição, seja nos filmes de faroeste seja em batidas policiais seja em assaltos. Despeço-me com um caloroso aperto de mãos.

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: [email protected]

Imagem: sxc.hu

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