ACERTANDO AS ARESTAS
Por Antônio de Oliveira
Vamos fazer de conta que a expressão “acertar, aparar, limar arestas” diga respeito a nós. Arestas criadas por nós. No fundo, todos nós temos algum problema de relacionamento com nós mesmos.
Desde sua origem, do grego, como em Diálogos de Platão, diálogo significa conversação. O que supõe, necessariamente, dois ou mais interlocutores. Em geral, quando falamos em falta de diálogo, sempre pensamos que a outra pessoa é que é difícil, teimosa, cabeçuda, cabeça dura, turrona. Em menor ou maior escala, independentemente da condição social, achamos que quem não aceita dialogar é o outro. Com a idade, a gente vai percebendo, quando percebe, que as coisas não são bem assim. Quase tudo na vida é uma questão de foco. Embora não seja ideal, a maneira mais eficaz de aprender é por ensaio e erro. A vida é um processo ininterrupto de aprendizagem, de retificação e de ratificação constantes.
Conselho, então, depende muito de onde vem, se da internet, de um amigo, de uma amiga. Enganam-se os que pensam que hoje em dia não se dá mais conselho. Conselho, quem não dá mais são os mais velhos, os pais, os professores, os padres, os pastores. Em contrapartida, não necessariamente em compensação, se o conselho ou receita vem da televisão, da internet, muda de figura…
Atualmente. nem se sabe mais que remédio usar ou que alimento ingerir, tamanha a variação constante de opiniões. Sobretudo, de um abelhudo e poderoso que nunca mostra a cara abertamente: o deus mercado. Por isso, um dia um alimento está em alta, noutro dia, o mesmo produto pode estar em baixa. Remédio também. Forças ocultas!
Sei que não adianta muito questionar essa situação. Vale mais questionarmos a nós mesmos. Ideologia! Não é, Cazuza?
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Imagem de Gianni Crestani por Pixabay
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