QUE TAL UM ENSAIO SOBRE A MUDEZ?

31/08/2021

QUE TAL UM ENSAIO SOBRE A MUDEZ?

“Eu não escrevo nem falo difícil, Pedro; Eu sei o nome das coisas.” Guimarães Rosa
Por Antônio de Oliveira

Vídeos de crianças bem dotadas de fala costumam ser apresentados como exemplos a imitar. Claro que nem todas as crianças terão condições reais de otimizar seu potencial. Entanto, apostando nesse ideal, Pedro Bloch intitulou um de seus livros com a seguinte interrogação “Seu filho fala bem?”

A ciência amplia cada vez mais seu campo de pesquisa e atuação. Conquista espaço para atender a necessidades reais. Necessidades que ela descobre. Não que ela crie para vender… Entendo que as redes sociais não têm como objetivo aprofundar determinada área. Mas, sobretudo quando se viraliza um assunto de utilidade pública, revela-se veículo eficaz em despertar para o assunto.

No caso da voz, mencionem-se, dentre outros profissionais da área da saúde, otorrinos e fonoaudiólogos. A empostação de voz visa à colocação e projeção da voz do cantor, do ator, do orador, do professor, do radialista. Enfim, de todos os que fazem uso da voz profissionalmente. Vivem disso. Em “Divulgando Problemas de Voz e Fala”, Pedro Bloch se refere a cantores populares, principalmente quando não impostam a voz, citando a capacidade de interpretação de um Caetano Veloso, o quanto de alma Gal Costa mergulha suas cordas vocais e o fenômeno João Gilberto…

Para Guimarães Rosa, “A linguagem e a vida são uma coisa só”. A par da palavra bem emitida, os silêncios e pausas ou silêncios bem pausados realçam os sons. José Saramago escreveu um “Ensaio sobre a Cegueira”, imaginando uma comunidade sem videntes. Como seria uma comunidade sem indivíduos falantes?

Professor | Escritor | Poeta
Antônio de Oliveira
| Professor | Escritor | Poeta
| email:  [email protected]
| endereço:  Belo Horizonte Minas Gerais

Imagem de klimkin por Pixabay 

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