TEMPO FATIADO
Por Antônio de Oliveira
Usando linguagem de Carlos Drummond de Andrade, fatiamos o tempo. Universalmente. Em anos… meses, semanas, dias, horas… E ele, Drummond, considera genial quem teve essa ideia.
Todos nós temos ideia de “que horas são” e, paralelamente a essa ideia, concebemos o que seja espaço e tempo. Como uma ideia puxa outra, nem que seja implicitamente, admitimos que a sociedade caminha sem cessar. Principalmente nos últimos tempos.
Assim, dentre outras, simpatizo com a visão do filósofo parisiense Henry Bergson, que viveu de 1859 a 1941. Nobel de Literatura de 1927. Correndo o risco de falsear sua concepção, entendo que, para ele, naquele tempo, embora dando grandes voltas, a história se repete sempre, porque passa sempre pelos mesmos pontos; mas nunca se repete, porque esses pontos, embora idênticos, situam-se em planos diferentes, como quem sobe um morro de bicicleta, indo ora à direita ora à esquerda.
E não é que, examinando os Pontos de inflexão, propostos por Flávio Augusto da Silva, encontrei o mesmo raciocínio? Indagado sobre o ponto em que estaria como empreendedor, surpreendeu a todos com sua resposta: FASE 1. “Como assim?” Um dos arguidores perguntou. Sim, a cada Ponto de Inflexão, explicou Flávio, voltava à Fase 1. Só que no andar de cima. Tudo muda, território novo, exceto a disposição de fazer o melhor. Sem se acomodar nem enterrar os talentos e sem ser dominado pelo medo de perder.
Será que essa reflexão se aplica à passagem de ano? Tudo permanece do mesmo jeito, mas no patamar de cima. Tudo é velho e tudo é novo.
Adeus ano velho, feliz ano novo!
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