E AS ROSAS NÃO MURCHARAM
Por Antônio de Oliveira
“What’s in a name?” Essa pergunta vem desde Shakespeare. Para não dizer desde a Antiguidade. O que quer dizer um nome, um substantivo próprio ou comum? Nesse sentido, verdadeiramente, como costumava repetir Chico Anysio, num quadro seu:
“Palavras são palavras, nada mais que palavras…”
Fautores desse modo de considerar os nomes são chamados de nominalistas.
Quando não se quer mudar a realidade, mudam-se os termos por sinônimos.
A palavra é considerada um dom divino.
Padre Antônio Vieira tem um sermão sobre esse tema:
Saiu o semeador a semear…
O resultado não dependeu “somente da semente” tampouco do semeador, mas da qualidade da terra, se fértil ou daninha. “Os espinhos, as pedras, o caminho e a terra são os diversos corações dos homens”, sentencia Vieira.
O que há num nome? Semente, semeador, terra boa, broto, flor. Uma rosa?
Sempre que faço aniversário, meu filho e família me presenteiam, do exterior, com rosas. Rosas que resistem em murchar… Pois, de certa forma, falam.
Uma rosa vermelha para cada ano de vida. Ufa…
A sociedade sempre se valeu de representações.
Alguém ou alguma coisa que se faz presente no lugar de outrem.
Gertrude Stein (1874-1946) acreditava que a repetição revelaria a verdade das coisas e das pessoas, como em seu poema Sacred Emily:
Uma rosa é uma rosa é uma rosa. “Rose is a rose is a rose is a rose.
Nesse poema, a primeira Rosa é o nome de uma pessoa.
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Imagem de AliceKeyStudio por Pixabay
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