ALÇANDO VOO…
Por Antônio de Oliveira
Sem limites dentro das próprias limitações. Do sonho à realidade.
Consta que o ser humano teria sido definido por Platão como um animal bípede e implume. Sem asas, pisa o chão, a grama verdinha também, e habita a terra. Não voa. Frustra-se por não voar em todos os sentidos. É, na verdade, justamente essa consciência do limite que o faz ser humano, ao mesmo tempo vítima do desejo e refém do livre-arbítrio.
Levitar, levantar-se fisicamente, alçando voo, quem o faz é o aviador. Dessa forma, desafia as alturas, as nuvens, tempestades, turbulências. Aeronaves hoje cortam os ares, atravessam, altaneiras, oceanos de imensidão de águas. Conquistas do ser humano, enquanto ser humano.
Em espírito, então, toda pessoa voa. E é bom que voe. Que supere desafios: ascender até às nuvens, cobrir vastas, vastíssimas distâncias, pousar suavemente e, depois, levantar voo de novo. Desde o sonho de Ícaro, desde o Índio Voador, desde Bartolomeu de Gusmão, desde Santos Dumont…
Dia 23 de outubro, Dia do Aviador. Acabo de ler num rótulo de vinho espanhol:
“Para la maioría, el cielo es el limite. Para ‘El Aviador’, el cielo es su casa.”
No lar ou no ar, o importante é sonhar. Vai que acontece… “virar pássaro de prata” e voar, como na primeira canção que meu filho aprendeu, ainda pequenino. Ir pro ar no azul mais lindo, encontrar a rosa dos ventos a lhe guiar…
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