Análise de Santayana sobre renda dos Aliados do Pacífico
Em matéria de salário mínimo no Brasil, temos que admitir que de uns tempos pra cá melhorou consideravelmente.
Lembro-me perfeitamente quando o salário mínimo era o equivalente à U$60 dólares (cerca de R$120 reais). Não dava para nada! Literalmente.
Eu ganhava cerca de 15 salários mínimos nesta época e era um excelente salário.
De lá para cá teve ganho real (de verdade), sem ter como usá-lo como referencia salarial, pois subiu muito além dos outros salários, ficando acima de muitos países com características parecidas com as nossas.
Por exemplo, o tão alardeado, México.
ALIANÇA DO PACÍFICO: SALÁRIO MÍNIMO NO MÉXICO ESTÁ ABAIXO DA LINHA DE POBREZA – Trabalhadores ganham menos de 11 reais por dia.
Por Mauro Santayana
Para os que adoram citar as “maravilhas” da Aliança do Pacífico, o México, que, nunca é demais lembrar, cresceu a metade do Brasil no ano passado, é o único país da América Latina em que o salário mínimo está situado abaixo da linha de pobreza. A informação é da CEPAL, que fez um estudo sobre a base de remuneração vigente nos países da região e sua influência no combate à desigualdade.
As principais conclusões do estudo são que, em países como a Argentina, o Brasil, o Chile e o Uruguai, salários mínimos mais fortes, aumentados progressivamente, além de não prejudicar a criação de empregos, melhoram a distribuição de renda, fortalecem o consumo e o mercado interno, combatem a desigualdade e aumentam a formalização dos trabalhadores.
O levantamento também mostra que a Costa Rica é o país que está melhor nesse aspecto, com um salário mínimo de 3,18 vezes a renda que equivale à linha de pobreza, e o México, o que está pior, com um salário mínimo um pouco abaixo da linha de pobreza.
Comentando as conclusões da CEPAL, Miguel Angel Mancera, que chefia o executivo da Cidade do México, afirmou que o país, no qual a maior parte dos trabalhadores se encontra na informalidade, está vivendo “um novo processo de precarização do emprego”, e José Narro, reitor da UNAM, Universidade Nacional Autônoma do México, lembrou que “é preciso aprofundar a distribuição da riqueza e equilibrar a macro e a micro economia, com a participação de todos os setores sociais, para combater a desigualdade e a pobreza”.
Para quem acha que a situação está muito ruim no Brasil, um deputado federal ganha, por mês, 148.446 pesos no México, e um trabalhador que recebe salário mínimo – o meme (acima) que ilustra o post é do ano passado – leva para casa, atualizados, na área geográfica “A”, 67.29 pesos, e, na área geográfica “B”, 63.77, ou, no câmbio de ontem, 10.99 reais por dia. E depois dizem que os escravos estão na China.
[author] [author_image timthumb=’on’]https://www.duniverso.com.br/wp-content/uploads/2011/10/Mauro-Santayana-jornalista.jpg[/author_image] [author_info]Nascido em Minas Gerais em 1932 Mauro Santayana ocupou como jornalista, cargos destacados nos principais órgãos de imprensa como Folha de S. Paulo, Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil, no qual mantém uma coluna sobre política. Além de milhares de atividades foi diretor da sucursal da “Folha de São Paulo” em Minas, foi correspondente do Jornal do Brasil em Bonn, na Alemanha, cobriu a invasão da Checoslováquia pelas tropas do “Pacto de Varsóvia”, a “Guerra Civil Irlandesa” e o “Conflito do Saara Ocidental”. Foi também Diretor Presidente do “Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais”, na área Cultural, Adido Cultural do Brasil em Roma e ganhou o Prêmio Esso de reportagem de 1971. E muito mais![/author_info] [/author]
Publicação autorizada pelo autor: maurosantayana.com
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