Arsênio em Paracatu (MG) pode trazer graves consequências

16/04/2015

Arsênio em Paracatu (MG) pode trazer graves consequências

No início desta semana, especificamente dia 15 de abril, recebi correspondência eletrônica de um leitor que me chamou atenção.
No e-mail ele relatou sua enorme preocupação com o destino de sua cidade situada no interior de Minas Gerais, a qual estaria sendo bombardeada, por quantidades enormes de arsênio, em função da exploração do tão desejado mineral chamado “ouro”, que enriquece gigantes mineradoras mundo afora há alguns séculos.
O município referido é o de Paracatu, localizado na mesorregião do estado, a 200 quilômetros de Brasília e a quase 500 da capital do estado, Belo Horizonte.

Em se tratando de arsênio todo o cuidado é pouco.
O metal é altamente tóxico podendo apenas 1 grama do cujo matar cerca de 7 pessoas adultas, segundo o Instituto Ciência Hoje em matéria publicada no sítio UOL.
Ainda de acordo com o Instituto, não há dose segura para o arsênio, e não existe diferença de toxicidade entre sua ingestão e sua inalação. Estudos científicos revelam que a exposição, ao longo de anos, a quantidades bem menores – poucos microgramas por quilo (μg/kg) – causa doenças e debilidades crônicas, que vão desde lesões da pele a doenças hematológicas, imunológicas, metabólicas, respiratórias, cardiovasculares, gastrointestinais, hepáticas, renais e neurológicas. Isso inclui várias formas de câncer: o arsênio está no topo da lista dos agentes carcinogênicos.

O ICH relata também que em várias partes do mundo têm sido constatadas intoxicações crônicas de populações humanas, mas em geral os casos são negligenciados, em razão do longo período de latência (tempo entre a exposição ao veneno e a manifestação das doenças) e por conta de conveniências políticas e econômico-financeiras.

[box type=”warning”] Na Alemanha, entre 1920 e 1942, os chamados danos tardios do arsênio foram notados após muitos anos de exposição ao veneno e mesmo anos depois que esta terminou.[/box]

Em reportagem publicada no Correio Brasiliense, o procurador de Justiça aposentado Serrano Neves que criou um blog (Alerta Paracatu) para relatar os problemas da região em relação ao arsênio, narra o seguinte: “Passei parte de minha infância no município mineiro de Paracatu, quando meu pai era promotor de Justiça da Comarca local. Sou da época em que o Córrego Rico (que corta o município) era fonte de água potável e renda alternativa para os desempregados pelo garimpo de subsistência. Hoje, a situação é outra e o perigo é simples de ser admitido: o arsênio é um veneno e não pode ser considerado seguro, mesmo que a dose diária seja pequena e esteja dentro dos limites da ‘lei’.”

Com um perigo assim não se brinca!
Até quando iremos permitir que vidas humanas sejam ceifadas, em prol da ganância idiota da riqueza?
Idiota sim, pois de que adiantará toneladas de ouro em um planeta moribundo, lotado de epidemias, escassez de alimentos e principalmente de água potável?
Por acaso podemos comer ou beber ouro?
Por acaso doenças são tratadas com ouro?

Como não poderia ser diferente, trazemos mais este caso à tona para que se tome conhecimento de fato tão relevante não só para população local e vizinha de Paracatu, mas para o planeta como um todo, pois o arsênio lançado no ar pode ser levado a todos os cantos do mundo.
É nosso desejo que as autoridades locais, estaduais e federais investiguem com total isenção essa questão tão importante para a preservação da vida humana, que a meu ver vale muito mais do que uma tonelada a de ouro!
Grande abraço!

Acesse a reportagem completa do ICH A Mineração dos Ossos, clicando aqui.

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