Brasil ganha em tempo de estudo, mas aumenta taxa de jovens “nem-nem”
Pesquisa do IBGE mostra que média temporal em salas de aula aumentou 0,2 ponto no país, mas milhões de pessoas não trabalham e não estudam atualmente
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no final do mês passado que a média de anos de estudo dos brasileiros aumentou 0,2 ponto em 2017 quando comparado com o ano anterior. De acordo com os dados do estudo Educação 2017, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), no ano passado, cada brasileiro atingiu ao menos 9,1 anos em algum tipo de ensino, contra 8,9 de 2016.
“O Sudeste, o Centro-Oeste e o Sul apresentaram valores acima da média nacional mais uma vez, enquanto as regiões Nordeste e Norte ficaram abaixo”, diz um trecho do documento.
O Sudeste é a região com mais anos de escolaridade: 9,9, seguido pelo Centro-Oeste (9,5) e pelo Sul (9,4). O Nordeste tem uma taxa de 8,6 anos e o Norte, em último lugar, apenas 7,7.
As mulheres passam mais tempo estudando do que os homens no Brasil: de acordo com a pesquisa do IBGE, elas passam ao menos 9,3 anos nas salas de aulas, contra 8,9 deles. Ainda assim, ambas as médias apresentaram crescimento de 0,2 em 2017. Em outra chave, pessoas brancas ficam ao menos 1,9 ano a mais que negras ou indígenas estudando no país.
Crédito: divulgação
O dado mais preocupante apontado pelo estudo, porém, diz respeito ao volume de jovens que não trabalham e não estudam (chamados de “nem-nem”): o percentual de pessoas entre 15 e 29 anos nessa situação aumentou 1,2 ponto percentual em 2017, indo de 21,8% para 23%. Dos 48,5 milhões de jovens nesta faixa etária, 11,16 milhões estavam fora do mercado de trabalho e fora da escola ou de uma graduação.
Para o IBGE, a alta da taxa dos “nem-nem” pode estar relacionada à crise econômica. “Houve uma queda da ocupação e do estudo para o grupo de 15 a 29 anos. E este grupo acabou indo para os não ocupados e os que não estudavam. É importante mencionar que, no grupo de 18 a 24 anos, o que caiu entre 2016 e 2017 foi o percentual de pessoas que estavam ocupadas e que estudavam, e esta redução migrou todos para o grupo dos não ocupados e dos que não estudavam”, disse Marina Aguas, do IBGE, durante a apresentação dos dados.
“Quando a gente olha para o grupo de 25 a 29 anos, especificamente, observa-se que a ocupação, que era o maior grupo, caiu enquanto o grupo dos que não estudavam e não estavam ocupados se manteve estável: e isto tem a ver com a situação geral do país”, acrescentou.
A pesquisa constatou que 25,1 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos não frequentavam a escola, cursos pré-vestibular, técnico de nível médio ou de qualificação profissional e não haviam concluído uma graduação no Brasil em 2017. A maioria delas era do sexo masculino (52,5%) e negra (64,2%).
Grande abraço!
Press Office