Canal do Panamá o canal da fortuna

05/04/2010

Canal do Panamá o canal da fortuna

Estando na casa de um amigo ele comentou sobre “mega construções” citando a faraônica obra do Canal do Panamá.

Como assuntos sobre obras e construções me atraem muito, pesquisei sobre o tema. Confira o resumo do que eu descobri.

cargueiro-canal-panama

No ano de 1881, cerca de 25 mil trabalhadores morreram (vitimados em sua maioria pela febre amarela e pela malária) durante a primeira tentativa fracassada de construir o que é hoje chamado de o “Canal do Panamá”.
Com 82 quilômetros de extensão, liga entre si, em plena América Central, os oceanos Atlântico e Pacífico.

Trabalhos de construção na falha de Gaillard, 1907.
Trabalhos de construção na falha de Gaillard, 1907.

Militarmente estratégico e comercialmente nem se fala, atravessam pelo canal por ano 14 mil navios, aproximadamente 300 mihões de toneladas, o que representa 5% do tráfego marítimo mundial.

Para se ter uma idéia das possibilidades do canal antes de sua construção, navegar de uma costa a outra dos Estados Unidos significava dar a volta por toda a América do Sul, uma viagem que durava semanas.
Hoje, a passagem do Atlântico para o Pacífico leva apenas dez horas.

Construção das eclusas de Pedro Miguel, no início da década de 1910, mostrando as paredes centrais (vistas ao norte)
Construção das eclusas de Pedro Miguel, no início da década de 1910, mostrando as paredes centrais (vistas ao norte)

Em função da sua importância, gerou até uma classificação de navios a partir dos anos 80 como “PanaMax” que designa os navios que, devido às suas dimensões, alcançaram o tamanho limite para passar nas eclusas do Canal do Panamá. Assim, um navio Panamax deve ter tipicamente no máximo um comprimento de 965 pés (294 m), uma largura de 106 pés (32,3 m) com um calado de 39,5 pés (12,04 m). Essas medidas são limites, restando pouco espaço para as manobras de navegação.

Achou grande? (hum) Nos padrões atuais, um navio desse tipo é considerado de tamanho médio, 70.000 toneladas, pois navios maiores denominados “Pós-Panamax” são o mais largos do que as eclusas do Canal do Panamá, portanto não utilizam as rotas que passam pelo Canal do Panamá, e necessitam utilizar outras rotas mais longas pelo Cabo da Boa Esperança no Sul da África e Cabo Horn, no extremo Sul da América do Sul (haja combustível, e tempo..rs).

eclusas-canal-panama

Cerca de 25% da riqueza do Panamá provém do Canal (um navio cargueiro chega a pagar até 500 mil reais pela travessia). O país também é considerado um paraíso fiscal e um centro bancário internacional. Cerca de cem bancos estrangeiros localizam-se lá. Basta a abertura de uma companhia panamenha para que se obtenha a isenção de impostos (tinha que ter maracutaia…).

Outra fonte de renda do Panamá é a zona livre, em Colón, na Costa Atlântica. Ali, tudo é comprado com isenção de taxas e impostos, como em Hong Kong. Grandes fortunas são construídas nesse país.

Há uma base militar permanente no Panamá, com doze mil soldados norte-americanos que protegem os interesses desse eixo de comunicação Atlântico-Pacífico, o verdadeiro centro das três Américas.

Mapa do canal (francês).
Mapa do canal.

Existe a proposta de se construir duas novas eclusas, para navios Pós-panamax, com até 49 metros de largura. O objetivo, com isso é dobrar a movimentação anual de cargas para 600 milhões em 2025, quando a obra deve estar finalizada.

As maiores empresas brasileiras do setor de construção civil e de serviços de engenharia foram convidadas pelo governo do Panamá a participar das obras de ampliação do seu Canal.

A obra, que deve ser finalizada em 2014, prevê um novo sistema de eclusas no canal, que hoje não comporta navios de maior porte (pós-Panamax) e freqüentemente não é capaz de atender à demanda. Em abril deste ano, por exemplo, navios de todo o mundo chegaram a ficar 10 dias na fila de espera para atravessar o canal que liga os oceanos Atlântico e Pacífico.
As quatro maiores construtoras brasileiras – Camargo Corrêa, Norberto Odebrecht, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez – se reuniram por duas vezes nesta semana com a Autoridade do Canal do Panamá, o órgão governamental responsável pela operação e pela licitação internacional que deve ser realizada para a ampliação do canal. As empresas brasileiras têm interesse nesse empreendimento, por onde passa 5% do comércio mundial e que tem orçamento previsto de US$ 5,2 bilhões.

Ainda há dúvidas sobre qual organismo financiaria as obras e se haverá apoio popular para a sua realização – o governo panamenho realizará ainda este ano um plebiscito – mas as empresas brasileiras querem demonstrar que têm tecnologia e podem competir com outros consórcios internacionais.

Um "Panamax" na eclusa de Miraflores.
Um “Panamax” na eclusa de Miraflores.

A título de curiosidade, em 2007 o maior porto brasileiro, o de Santos, movimentou aproximadamente 81 milhões de toneladas de cargas.

Como funciona

O Canal do panamá tem dois grupos de eclusas no lado do Pacífico e um no lado do Atlântico. No lado Atlântico, as portas de aço das eclusas triplas de Gatún têm 21 m de altura e pesam 745 toneladas cada uma.

O lago Gatun, 26 metros acima do nível do mar, é alimentado pelo rio Chagres, onde foi construída uma barragem para a formação do lago.

Imagem: Crédito Divulgação

Ao entrar em uma das eclusas de Gatún, a água é bombeada para dentro dos diques, que se enchem e elevam a embarcação até o lago Gatún, 26 metros acima do nível do mar.
O navio segue pelo lago até atingir as eclusas de Pedro Miguel, que se esvaziam até se igualarem ao nível do Lago Miraflores, 16.5 metros acima do nível do mar e 9.5 metros abaixo do nível anterior.
Dentro do lago Miraflores, a embarcação trafega até atingir as eclusas de Miraflores, que reduzem ainda mais o nível da embarcação, até atingir novamente o nível do mar, desta vez próximo à Ciudad de Panamá, capital do país, já do lado do Pacífico.

Fontes:
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
newscomex.com.br; tvcultura.com.br; portogente.com.br; pt.wikipedia.org; pancanal.com; apolo11.com;

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