CONJUNÇÃO DOS OPOSTOS
Por Antônio de Oliveira
Segundo C.G. Jung, psiquiatra suíço, (1875-1961), em Symbole der Wandlung (“Símbolos de transformação”), todo extremo psicológico contém, secretamente, seu contrário. Quanto mais radical uma posição, mais se é de esperar sua enantiodromia, palavra de origem grega, que quer dizer conversão no contrário. Jung retoma Heráclito (535-475 a. C.), para quem tudo se acha em perpétuo movimento.
Há quem admita, como Jung, peculiar relação com o francamente antitético que se expressa no idioma inglês ou a partir do idioma inglês: “bad” significa mau, vocábulo cujo comparativo seria “better”, que, no entanto, significa melhor e, não, pior. O próprio Freud já havia notado que a etimologia de “branco” e “preto” parecia ser a mesma, alertando para o fato de que o radical do francês “blanche”, do espanhol “blanco” e do inglês “black” seria o mesmo.
Além disso, “black”, tanto em alemão como em inglês, significava inicialmente ‘não cor’. “Black” se usa também para definir um lugar arrastado pelo vento, alguma coisa triste e desconhecida. Nos seus Diálogos, Borges e Sabato relacionam a ideia de morte com a de não cor. A abolição (pelo menos aparente) da realidade é a abolição de suas cores. Assim, o branco e o preto tinham que representar o luto.
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Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: [email protected]
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