CORONAVÍRUS ESTÁ PEGANDO PESADO…
Há quem já pense na covid-19 como um divisor de águas: tempos ante e depois de… O ‘antes’ já vivemos, o ‘durante’ estamos enfrentando como um tempo atípico, com suas sequelas certamente. Quanto ao futuro, torcendo para que essa pandemia passe o quanto antes, surge a pergunta: – Voltarão com a mesma intensidade nossas manifestações de afeto? As pessoas se comportarão de maneira diferente? “Va, pensiero…”
Por Antônio de Oliveira
Loas já se teceram à linguagem do amor transmitida através do abraço e do beijo. E. Roquete Pinto chega a dizer: “Estradas são laços que a sociabilidade humana espalha pela superfície da Terra” (Seixos Rolados). Sociabilidade é considerada qualidade, qualidade de sociável. De há muito se tem dito que o homem é um animal sociável. Outro escritor, Martins Fontes, afirma (Terras da Fantasia): “O homem… obedece ao espírito gregário, é um ser que vive em bando, como os pássaros”. O calor humano, representado por um sentimento caloroso, se expressa por meio de palmas, nos aplausos, e no toque físico do aperto de mãos. Os atores sentem necessidade do calor da plateia. A mãe lê uma história para a filha de quatro anos sentada no seu colo. Criancinhas são levadas até a cama no colo da mãe, nos braços do pai…
E pensar que justamente essas manifestações de carinho a covid-19 ou coronavírus tem impedido ou dificultado. Ouvi de um senhor se queixando de que nunca recebera um beijo de sua mãe. Cumprimentavam-se formalmente, embora ele ainda usasse pedir a bênção, o que fazia de boa mente e de bom coração. Mantenham distância de, no mínimo, um metro das pessoas é recomendação nesse tempo de isolamento social. Vejam. A pandemia nos mata, na sua raiz, o sentimento do afeto, além de tirar a vida de muita gente.
Um dia, estava Jesus bem fatigado, por ter transmitido a boa nova o dia inteiro. Vieram, então, diversas mães que desejavam lhes impusesse Jesus as mãos aos seus filhos e os abençoasse. Os discípulos a isso se opunham e afastavam as crianças com palavras de ordem, alegando que Jesus estava cansado. E como reagiu Jesus? Repreendeu-os dizendo: “Deixai vir a mim as criancinhas, e não as afasteis, pois delas é o reino dos céus”. Em seguida, chamou as crianças para perto de si, abraçou-as, impôs-lhes as mãos e as abençoou. Como seria vista essa cena hoje?
Eh! Será que, quando a covid-19 acabar, o mundo será o mesmo? Será?
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Imagem de mohamed Hassan por Pixabay
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