Dia dos Pais 2016

10/08/2016

Dia dos Pais 2016

Por Antônio de Oliveira

Anoitecer é verbo incoativo, tal qual amadurecer, fenômeno que se dá aos poucos. Lenta, mas gradativamente, de maneira ininterrupta. A natureza não dá saltos. Um fruto, o grão não amadurece de um dia para o outro. Pois bem. Entardecer é a hora do crepúsculo vespertino. Praticamente todo dia tem essa hora do entardecer, compondo os entardeceres da vida de cada pessoa. Nas cidades grandes é a hora do rush. Assim caminha a humanidade… Assim se faz a humanidade, do alvorecer ao anoitecer de cada dia.

Ser pai é atravessar o crepúsculo toda tarde, com a sensação de mais um dia vencido e quitado, mais uma conta passada no rosário dos anos, mais um ganho amealhado para a herança moral dos filhos e contabilizado na coluna investimentos.

Ser pai é ser moeda forte, lançada na coluna de crédito. Ser pai não é obra acabada, mas sempre por fazer… Um projeto que cresce em grandeza, em obras e no espírito, em experiência e graça diante de Deus e dos filhos. Aprimora-se, avaliando resultados e, aos filhos, ponderando que atentem para o palco iluminado de suas vidas, mesmo quando palhaços de perdidas ilusões, de políticos e empreiteiros inescrupulosos, de radicais e insensíveis. Mexendo na canção, pisando sempre um chão de estrelas.

Um fruto maduro cai e é substituído por outro que floresce. Gerações se sucedem tendo a paternidade como referência. Em linha ascendente, avô, bisavô, tetravô; em linha descendente, filho, neto, bisneto, tetraneto… Uma escada dupla extensível. De um lado, ascende; do outro, descende. No topo, a figura do pai.

A lembrança da escada é pertinente e mais pertinente, ainda, a lembrança da Escada de Jacó. Apoiada na terra, seu topo chegava aos céus. Anjos de Deus subiam e desciam por ela, prometendo ao patriarca, em sonho, a bênção de uma numerosa e feliz posteridade.

O primeiro pai foi criado à imagem e semelhança de Deus; nós outros, filhos esculpidos e encarnados do pai. Feliz Dia dos Pais!

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: antonioliveira2011@live.com

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