Filme Bicho de Sete Cabeças com Santoro
Quase 20 anos depois de lançado o filme, o tema, infelizmente, continua mais do que atual.
O descaso geral em algumas mazelas sociais brasileiras (não são todas), é gritante!
Presídio e manicômio não dão votos. Esta é a máxima que se ouve aos quatro ventos por aí.
Será verdade?
O longa “Bicho de Sete Cabeças” retrata e expõe uma das chagas nacionais. Neste caso os manicômios.
Estrelado, diga-se de passagem, brilhantemente por seu protagonista Rodrigo Santoro (Neto) e detentor de vários prêmios, “Bicho” se nega veêmentemente a se tornar desatualizado!
O livro, “Canto dos Malditos” escrito no final dos anos 70(quarenta anos atrás) pelo curitibano Austregésilo Carrano Bueno, que inspira o filme continua com seus “fatos e fotos”, como se pudesse ser escrito hoje, e mudaríamos apenas as datas dos eventos.
De lá prá cá, pouca coisa mudou no país em se tratando deste tema.
Lançado em 2001, do gênero drama, é dirigido por Laís Bodanzky (que acaba de lançar “Chega de Saudade”), o filme traça uma viagem ao inferno manicomial, odisséia vivida por Neto, um adolescente de classe média, que leva uma vida normal até o dia em que o pai o interna em um manicômio depois de encontrar um baseado no bolso de seu casaco. O cigarro de maconha é apenas a gota d’água que deflagra a tragédia da família.
Arnaldo Antunes, André Abujamra, Décio Rocha, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo, assinam a trilha sonora (participação especial de Zeca Baleiro).
Sinopse:
Neto é um adolescente em busca de emoções e liberdade, que tem suas pequenas rebeldias incompreendidas pelo pai. A falta de entendimento entre os dois leva ao emudecimento na relação dentro de casa e o medo de perder o controle do filho vira o amor do avesso.
Internado no manicômio, Neto conhece uma realidade completamente absurda, desumana, em que as pessoas são devoradas por um sistema manicomial corrupto e cruel. A linguagem de documentário utilizada pela diretora empresta ao filme uma forte sensação de realidade, que aumenta ainda mais o impacto das emoções vividas por Neto.
No manicômio, Neto é forçado a amadurecer. As transformações por que ele passa transformam sua relação com o pai.
Veja o Making Of:
A obra de Carrano é uma crônica visceral que denuncia com extrema lucidez, apesar de todo sofrimento, a monstruosidade do sistema psiquiátrico brasileiro e a hipocrisia da sociedade brasileira diante das drogas.
A pesquisa coordenada pela diretora Laís Bodanzky ainda se deparou com casos de mulheres internadas porque traíram o marido e um número descomunal de internações por alcoolismo (o Ministério da Saúde informa que o alcoolismo responde por cerca de 12% das internações).
Atualmente, o escritor Austregésilo Carrano é um militante do movimento antimanicomial. Além de Canto dos Malditos, Carrano escreveu Textos Teatro, uma compilação de seis peças, e, atualmente trabalha no romance Filhas da Noite, que aborda o universo do tráfico de drogas, do homossexualismo, da prostituição e das delegacias de polícia.
Elenco:
Rodrigo Santoro / Othon Bastos / Cássia Kiss / Jairo Mattos / Caco Ciocler
Luis Miranda / Valéria Alencar / Altair Lima / Linneu Dias / Gero Camilo
Marcos Cesana / Talita Castro
Principais prêmios
O post ficaria enorme se fosse relatar todos e respectivas categorias, portanto, separei alguns (para saber a lista completa visite o site oficial do filme – http://www.bichodesetecabecas.com.br/).
• 3º Festival de Brasília 2000 (Brasil)
• Troféu Saruê do jornal Correio Braziliense para Rodrigo Santoro
• Prêmio ANDI/Unicef – Cinema pela Infância
• Festival de Locarno 2001 (Suíça)
• Prêmio Júri Jovem
• Festival de Cinema de Biarritz 2001 (França)
• Melhor filme (prêmio Soleil D’Or)
• Festival Internacional de Cinema de Trieste 2001 (Itália)
• Melhor primeiro filme
• Prêmio diretor estreante
• Prêmio da Imprensa para melhor primeiro filme
• Festival de Creteil 2001 (França)
• 5º Festival do Recife 2001 (Brasil)
• Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) 2001 (Brasil)
• Prêmio Margarida de Prata
• Prêmio Qualidade Brasil (ICQ) 2001 (Brasil)
• Festival de Santo Domingo 2001 (República Dominicana)
• Melhor ator (Rodrigo Santoro)
• Festival de Cartagena 2001 (Colômbia)
• 6º Festival do Recife abril 2002 (Brasil)
• Melhor filme 2001 (Júri Popular)
• Grande Prêmio Cinema Brasil 2002 (Brasil)
• Troféu APCA 2002 (Brasil)
• 1º Festival Iberoamericano de Cine “Cero Latitud” novembro 2003 (Quito, Equador)
Fontes: lostpedia.wikia.com; bichodesetecabecas.com.br; mais.uol.com.br;
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