Fuzileiros portugueses à deriva sobre o mar Atlântico

17/03/2010

Fuzileiros portugueses à deriva sobre o mar Atlântico

Fuzileiros portugueses chegaram a beber urina durante amargos oito dias à deriva sobre o mar Atlântico.
Em 1974, propriamente no mês de dezembro (pouco tempo após a Revolução dos Cravos) Manoel franco e Romão Silvestre, ambos integrantes da Companhia de Fuzileiros portugueses, permaneceram oito dias à deriva a bordo de um bote (chamado de “marujinho”) totalmente à mercê do mar!

Achei muito interessante esta verdadeira história e resolvi publicar aqui.
Acompanhe o relato a seguir.

Manoel fora destacado para levar uma criança ferida na cabeça a Santo Antônio do Zaire, e sairiam no dia 15. Foram em dois botes de fibra com motor de 50 cavalos, para um trajeto de aproximadamente três horas descendo o rio Zaire.
Durante o percurso, um dos botes apresentou problemas mecânicos, o que levou Franco a transferir a criança e seus pais parao outro.
Há certa altura da noite o motor do bote em que estavam Franco e Romão parou de vez.
Chegaram ainda a avistar uma lancha e tentaram contato, mas foi em vão.

Tentaram remar contra a corrente de vazante, porém sem sucesso.

Pela manhã do dia 16 ambos perceberam a gravidade da situação pois estavam cercados de água por todos os lados sem avistar terra alguma. Estavam à deriva no Atlãntico na costa de Angola!

Sem alimento ou água potável aproveitam os restos de vegetação despejados no mar pelo rio Zaire.

Franco tenta pescar com sua boina, mas em vão. Para evitar qualquer ato de desespero, jogam a espingarda G3 ao mar.

O sol forte castiga os dois homens. Usam o camuflado de Romão como abrigo, além das roupas encontradas na mala deixada pelo pai da criança.

Seguem os dias. Eles avistam alguns barcos porém os mesmos não os vê. Desespero.
Tratam de aliviar o peso do bote atirando tudo considerado inútil, para aquele momento, ao mar, como hélices e ferramentas. Os reservatórios de combustível também foram jogados, menos um que usaram para armazenar água de chuva (quando tinha) para beberem.

Com a intenção de se precaverem contra a desidratação, chegaram a esperimentar a própria urina!

Ao sétimo dia de sofrimento, como que por milagre, um peixe voador erra a passagem e vai parar no fundo do bote. Para quem nunca tinha comido carne crua foi um belo banquete.

Finalmente no inicio da tarde do dia 23 de dezembro de 1974 um atuneiro francês (o Kersidan) avista a embarcação e resgata os marujos!

Serão memórias inesquecíveis para estes dois homens de coragem e fibra, que permanecerão em suas mentes até o fim de suas vidas!

A esperança os mantiveram vivos!

Detalhe:
O rio Zaire (que passou a chamar “Congo” a partir de 1977) é o segundo maior curso fluvial da África, ficando atrás apenas do Nilo.

Obrigado pela visita, e volte sempre!

Saiba mais direto da fonte, em: http://tv1.rtp.pt/noticias/

Imagem: mundo.mixplanet.com.br

Rio Congo nos dias de hoje, separando duas capitais: Kinshasa e Brazzaville.

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