“GIVE TRUTH A CHANCE”, UM ESPAÇO PARA A VERDADE

17/10/2017

“GIVE TRUTH A CHANCE”, UM ESPAÇO PARA A VERDADE

Por Antônio de Oliveira

Muita coisa a gente aprende nos livros, mas também vendo, ouvindo, cheirando, apalpando, repetindo, manipulando, sentindo, experimentando, vivenciando, digitando, pondo a mão na massa. Talvez seja o que, versejando, ensina Camões n’Os Lusíadas: “Não se aprende, Senhor, na fantasia, sonhando, imaginando ou estudando, senão vendo, tratando e pelejando”. Ou, na paródia de Millôr Fernandes: Ver primeiro. Depois conjeturar o que se vai fazer. Só então… pelejar. Sobretudo hoje em dia, era digital em que pesquisar é sinônimo de joeirar na internet.

“Não se pode ensinar nada a um homem; só é possível ajudá-lo a encontrar a coisa dentro de si”, dirá Galileu Galilei. Ensinar é lembrar, conforme teoria de Platão e também de Sócrates: “scire est reminisci”. O conhecimento seria, pois, reminiscência, lembrança, cavoucar fundo e daí extrair o vero. De qualquer maneira, válida ou não a teoria, ensinar é lembrar aos outros que eles têm potencial para saber tanto quanto quem ensina, ou mais. Caso do discípulo que supera o mestre, indo além. Aristóteles foi incisivo: “Amicus Plato, amicus Socrates, sed magis amica veritas”. Amigo Platão, amigo Sócrates, mais amiga é a verdade. Oxalá os filhos superassem os pais; os alunos, os mestres.

A palavra filósofo remonta a Pitágoras. Em vez de ser chamado de sábio, ele, grande matemático, preferia ser chamado de filósofo, “amigo da sabedoria”. Seus discípulos, no entanto, consideravam como última palavra tudo aquilo que ele ensinasse. Os homens que se julgam sábios são indecisos na hora de mandar e são rebeldes na hora de servir.

No Brasil, é a vez dos sofistas, de crise para o pensamento objetivo. Políticos e autoridades sem convicções, ávidos de riqueza, de poder e glória, se esmeram em iludir a população com palavras ao vento. Enquanto isso, em Janaúba, uma professora morre devido ao socorro por ela prestado a crianças em meio a uma tragédia.

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: [email protected]

Imagem: sxc.hu

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