INVEJOSO, EU?

Por Antônio de Oliveira

A arte imita a vida. A vida imita a arte.

Inveja, ciúme, despeito, vingança, emulação constituem-se em ingredientes de romances, novelas e da vida real. A inveja integra a lista dos sete pecados capitais: soberba, avareza, luxúria, gula, ira, preguiça e,,, inveja. Como a palavra pecado anda desgastada, apesar de tantos “pecados”, alguns preferem dizer vícios capitais, tendências desordenadas das quais, como, de uma mesma raiz, brotariam ervas malignas. Segundo o Gênesis, o primeiro fratricídio da história foi cometido por inveja de Caim a seu irmão Abel. Na doce fantasia de um conto de fadas, Cinderela é alvo de inveja.

Inveja é o desagrado que se sente pelo talento ou sorte de alguma pessoa, em razão de seu sucesso, quando o invejoso é dominado pelo “desejo intenso” de que o êxito fosse seu. É uma vontade ardente de superar aquele talento, que chega ao ponto de vingança. A inveja difere da simples e pura admiração, quando a reação é o aplauso. O ciúme doentio consiste no apego excessivo do próprio bem. Na inveja ainda não temos ou não somos. No ciúme, temos medo de que tomem de nós.

Argumento “ad invidiam”.

Apelação ao sentimento de inveja. Visa envenenar, fomentar a discórdia. Devido a esse sentimento, provocam-se, não raro, desavenças, separação de casais, mortes. Variável interveniente a ser considerada no caso de denunciante invejoso. Teia recorrente em enredo de romances e novelas.

Argumento “ad aemulationem”.

Emulação, lance de rivalidade, um tanto sádica, que leva alguém a recorrer à Justiça. Despeito é um desgosto mesclado de raiva, provocado por decepção ou pela autoestima ferida. Emulação, em si, é um sentimento louvável, quando nos leva a imitar, a igualar e, se possível, a superar, mediante competição leal, a competência de concorrentes.

P.S.:A intenção, neste texto. foi tipificar esses “sintomas” do nosso dia a dia, que fazem parte do binômio ‘Grandeur et misère de l’homme”.