IPÊS FLORIDOS
Por Antônio de Oliveira
Reinventando a lenda…
Diz a lenda que, quando da criação das primeiras espécies arbóreas, Deus teria solicitado que cada espécie de árvore decorativa escolhesse a sua estação do ano para florescer. Nenhuma escolheu o inverno que, em todo o País, se inicia oficialmente no dia 21 de junho. Seu nome deriva do latim, hibernu, isto é, tempus hibernum, ‘tempo hibernal’. Com o advento do computador, a palavra hibernação também é empregada quando se vai deixar de usar o aparelho por mais tempo. A tela como que se entoca, oculta-se, descansa. Continua a lenda: Deus insiste numa resposta. Quando o Senhor estava para desistir, uma árvore se manifesta:
– Meu nome? Perguntaste. É o nome que me foi dado pelos humanos. Chamam-me Ipê. A flor que eu floresço foi oficializada pela Lei 6.507, de 1978, como a flor nacional do Brasil. Palavra que vem do tupi, i’ pé. Significa árvore cascuda. Os índios me usavam para confeccionar arcos e flechas. Daí o apelido: Pau-d’arco. Estou disposta a enfrentar o frio. Gostaria de embelezar, antecipando-me à primavera, de modo especial, duas cidades, Belo Horizonte, e, de ipê roxo florido, Pará de Minas.
Deus assim reservou esse tempo ao ipê, que dá um colorido todo especial, de diferentes cores e texturas. Ipê branco, amarelo, amarelo do brejo, amarelo da casca lisa, amarelo do cerrado, púrpura, róseo, roxo, roxo bola, roxo da mata… Altaneiros, os ipês fazem descer uma chuva de pétalas que se desprendem e formam um tapete circundante, na calçada. Alegria dos fotógrafos e apreciadores da natureza, que todos deveríamos ser. O desabrochar das flores acontece na transição para os meses mais quentes.
No inverno há também uma mudança de hábitos alimentares. Voltam às mesas, no friozinho, a canjica, o cappuccino quentinho, quentão, pé de moleque, caldos de feijão, de mandioca, de fubá. Sobretudo nas festas juninas.
Cabe aos humanos respeitar o equilíbrio do universo…
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Imagem de dianesgomes por Pixabay
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