MECENAS EM CENA
Por Antônio de Oliveira
Por antonomásia, uma pessoa patrocinadora das artes se diz mecenas.
Mecenas, nome próprio, ministro do imperador romano Otávio Augusto. Protetor de artistas e homens de letras, mecenas é hoje, em sentido figurado, sinônimo de patrocinador generoso, protetor das letras, ciências e artes, ou dos artistas e sábios. Horácio dedicou numerosas poesias a seu amigo e protetor, Gaius Clinius Maecenas, cavaleiro romano, da alta nobreza etrusca, muito rico, erudito conselheiro de Otávio. Recusava honrarias e postos de destaque. Vislumbrava o alcance cultural das artes e da educação artística inclusiva. São ainda sinônimos de mecenas: incentivador, patrono. Nesse caso, substantivo comum, por extensão analógica, quando alguém apresenta características semelhantes.
Mecenas exerceu seu mecenato na Roma Antiga, no século I a.C. Os mecenas atuaram, sobremaneira, nos séculos XV e XVI, durante o Renascimento Cultural. Destaque para o rei da França, Francisco I, e a família Médici, na Itália. Nesse período, investir na produção artística era uma forma de alcançar prestígio e status. Títulos de nobreza podiam ser comprados pela burguesia, constituída de comerciantes e prestadores de serviços.
A partir do século XIX surgiram as fundações em que o patrimônio investido e acrescido deixa de ser propriedade de indivíduo, uma forma de abstração que ganhou espaço no mercado. Conhecidos, nessa forma de investimento, dentre outros nomes de peso, Rockfeller e Ford.
Estou com isso na cabeça desde que recebi um exemplar de “140 anos da história do teatro em Itaúna”, cidade distante 80km de BH, em alentada edição de 240 pág., primorosamente ilustrada, organização de Marco Antônio Lara. Dimensões 27 X 23, dorso 2cm. Trabalho de fôlego, que quase deixou sem fôlego o organizador, médico, ator e diretor. Itaúna, na língua tupi, significa “pedra negra”; em latim, assim somente uma…
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