MEMBROS DISPERSOS

28/03/2022

MEMBROS DISPERSOS

Por Antônio de Oliveira

Importância do ritmo para a poesia

“Disjecta membra poetae.”

Os membros dispersos do poeta.

“Tomai os versos de minhas sátiras ou os do velho Lucílio. Deslocai as palavras, tirai o ritmo e a medida e encontrareis prosa pura, ‘sermo merus’, e não reconhecereis os membros dispersos do poeta: ‘disjecta membra poetae’.”

Daí concluo, por conta própria: Existe uma prosa poética como, citando aleatoriamente, Paulo Setúbal, L. M. Montgomery, autora de Anne de Green Gables, Alexandre Coimbra Amaral, assim como existe uma poesia discursiva, mais ou menos no estilo Carlos Drummond, Murilo Mendes, Chico Buarque, respeitadas as características.

“Membros dispersos” corresponde a uma expressão de Horácio, antes de Cristo, em Sátiras, Iiv. I, sátira IV, v. 62, que se emprega em alusão ao mau tratamento a que se submetem os versos de um poeta quando traduzidos para outra língua, em prosa. O poeta se refere à poesia cujas partes não estejam concatenadas. Não basta saber métrica para ser um bom poeta…

Prosa poética é fácil de entender. Poesia discursiva ou discursivo poema? Os poemas são de forma fixa ou rígida ou de versos livres. Ou haveria um meio termo, mais uma categoria? Há controvérsias. E não é de hoje… Uma coisa é certa: A métrica perdeu em relevância e cedeu parte desse tradicional espaço ao ritmo, definido, em música, como a marcação de tempo próprio de cada composição. Enfim, sem ritmo, não há poesia. Pode faltar tudo na poesia, inclusive a métrica. Só não pode lhe faltar o “danado” do ritmo. Ponto de vista.

Podem ser considerados gêneros discursivos: anedota, bilhete, bula de remédio, carta, e-mail, poesia, propaganda,  reportagem, resumo, sinopse, WhatsApp.

Antônio de Oliveira
| Professor | Escritor | Poeta
endereço:  Belo Horizonte Minas Gerais

Imagem de Thought Catalog por Pixabay 

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