Ministério da saúde regulamenta o uso da telemedicina em UBS

28/10/2022

Ministério da saúde regulamenta o uso da telemedicina em UBS

Possibilidades e benefícios dessa iniciativa

Portaria do Ministério da Saúde regulamenta a telemedicina no SUS, garantindo atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

O ministro da saúde, Marcelo Queiroga, assinou em 2 de junho de 2022 a portaria Nº 1.348 que regulamenta o uso da telemedicina nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

No Brasil, as UBS funcionam como o local de acolhimento das famílias e serviços básicos de saúde, como consultas médicas, vacinação, exames, enfermagem, entre outros.

Com a regulamentação, a telemedicina que já estava em uso no País em decorrência da pandemia da Covid-19 ganha diretrizes mais claras.

Como funciona a telemedicina no SUS?

O Sistema Único de Saúde (SUS) é o serviço público de saúde brasileiro responsável por universalizar o acesso à saúde no País, e tem como prerrogativa atender a todos os brasileiros e estrangeiros residentes.

Durante a pandemia da Covid-19, o SUS foi o grande responsável pelos atendimentos, como por meio de hospitais de campanhas.

O SUS também é o responsável pela vacinação da Covid-19 no País, viabilizada por meio das UBS, distribuídas em todo o território nacional.

Com a portaria que regulamenta a telemedicina no SUS, é por meio das UBS que a população terá acesso aos serviços de saúde a distância.

No primeiro momento, os serviços de telemedicina na rede pública serão disponibilizados apenas nas UBS, sendo que as unidades de saúde vão receber infraestrutura para que possam ter consultas a distância com especialistas.

Assim, o paciente, usando a infraestrutura disponível na UBS e com presença de enfermeiros ou médicos da unidade local de saúde, poderá ser acesso a serviços de saúde indisponíveis localmente.

Conceito de tecnologia médica. Prontuário médico eletrônico.

Como a telemedicina está sendo usado na saúde pública?

Apesar de a regulação da telemedicina ter saído apenas em meados de 2022, o fato é que os serviços de saúde a distância foram de grande valor no enfrentamento à pandemia da Covid-19.

O principal exemplo é o TeleSUS, criado em 2020, pelo qual o Ministério da Saúde disponibilizou uma série de soluções de telemedicina para contribuir no momento de crise sanitária, incluindo:

  • aplicativo Coronavírus, para fornecer informações sobre a doença;
  • chat online para esclarecimento de dúvidas sobre a Covid-19;
  • disque saúde 136 para suporte aos cidadãos;
  • plataforma de teleconsultas para assistência médica a distância e viabilização do distanciamento social.

Portanto, as soluções de telemedicina no SUS já estavam em uso, mas assim como a própria regulamentação definitiva da telemedicina, também ocorreu num momento posterior à crise.

A telemedicina, entretanto, tem aplicações muito mais amplas do que apenas no contexto pandêmico.

Desde 2009, uma parceria do Hospital do Coração (HCor) com o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS) garante assistência a distância para emissão de laudos de exames de eletrocardiograma.

Em 10 anos de programa foram realizados mais de 1 milhão de laudos, com suporte ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

Outro exemplo é a opção pela telerradiologia no SUS, serviço pelo qual empresas terceirizadas ficam responsáveis pela emissão de laudos radiológicos.

A telerradiologia para suporte à saúde pública já está em operação no estado do Tocantins, a partir da contratação do serviço pela Secretária Estadual de Saúde, que visa ampliar a capacidade de atendimento e reduzir custos.

Quais os benefícios da telemedicina no SUS?

Mesmo com a regulamentação recente, os benefícios da telemedicina no SUS já são evidentes devido ao uso anterior de algumas soluções, com destaque à telerradiologia, já vigente no País desde 2002 e os serviços focados na pandemia, desde 2020.

Cobertura de serviços

O principal benefício da telemedicina no SUS é a capilaridade dos serviços, viabilizando que regiões com menos infraestrutura e profissionais tenham acesso à saúde básica.

A expectativa é que com a telemedicina nas UBS, por exemplo, unidades que não tenham médicos possam disponibilizar o atendimento, enquanto em outras o foco será na ampliação das especialidades atendidas.

Das duas formas, a telemedicina garante maior cobertura dos serviços de saúde em todo o País, principalmente nos locais com menor disponibilidade.

Gestão na saúde

Os serviços de telemedicina e telerradiologia também têm potencial de contribuir com a melhora da gestão na saúde pública.

Muitas localidades não têm recursos para investir em toda a infraestrutura para disponibilização de um serviço, sendo que com os serviços de telemedicina é necessária apenas uma estrutura básica de internet e computador.

Dessa forma, garante-se que o direcionamento de recursos de fato vai viabilizar a ampliação dos serviços, em vez de investimentos que se tornam obsoletos por não incluírem todos os aspectos necessários ao fornecimento local de um serviço.

Hospital de ciências médicas: neurologista olha para a tela da TV com ressonância magnética com imagens do cérebro, e pensa no método de tratamento do paciente doente. Salvando vidas.

Redução do tempo de espera

No Brasil, muitas pessoas esperam anos para o encaminhamento para especialistas e realização de exames. Com os serviços de telemedicina e telerradiologia, entretanto, tais serviços tornam-se mais acessíveis.

A redução do tempo de espera no SUS é indispensável à promoção da assistência médica digna e preservação da vida.

Modernização das operações

É fato que a telemedicina tem contribuído nos serviços de saúde em diferentes países, incluindo no Brasil, como uma opção mais moderna, eficaz e ágil de garantir o acesso à saúde.

Com isso, a regulamentação da telemedicina no SUS é um passo importante à modernização das operações.

Assim, a telemedicina e a telerradiologia consolidam-se como importantes aliadas à estruturação dos serviços de saúde na esfera pública, resultando em benefícios aos gestores, profissionais de saúde e, mais importante, aos pacientes atendidos.

Grande abraço!

Press Office

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