MUNDO DA ARTE 4: A nudez através da arte

26/09/2019

MUNDO DA ARTE 4: A nudez através da arte

Por Antônio de Oliveira

Dentre as obras de arte representando a nudez, desde o século V a.C., podemos mencionar Vênus de Milo, no séc. II a. C., deusa do amor e da beleza (Louvre); Davi, de Michelangelo (1501), Florença. Há quem considere o nu obsceno até na arte. No nosso quarto de casal temos um crucifixo e uma réplica da Maja Desnuda, de Francisco de Goya (Museu do Prado). Nem crianças da família nunca se mostraram escandalizadas. Ninguém.

Jesus teria sido crucificado completamente nu. Pierre Barbet, em A paixão de Cristo segundo o cirurgião, adota esse ponto de vista, pois assim era costume entre os romanos. Segundo o historiador Flávio Josefo, em tempos de rebelião, os romanos chegaram a crucificar, por dia, 500 judeus. São João, chamado Crisóstomo, boca de ouro, patriarca de Constantinopla, na sua homilia sobre a Epístola aos Colossenses, afirma que Jesus foi despojado de suas vestes, e conclui: “Agora está ungido como os atletas que vão entrar no estádio”. Como se verifica na escultura grega, atletas completamente nus.

Na sacristia da Basílica do Espírito Santo, em Florença, no crucifixo de Michelangelo, exposto na sacristia, Jesus está representado completamente nu. Ainda em Florença, na Capela Brancacci, igreja de Santa Maria del Carmine, o afresco de Masaccio, de 1425, expulsão de Adão e Eva, nus, do Paraíso. O nome, em italiano, Cacciata dei progenitori dall’Eden. Na mesma igreja, Tentazione di Adamo ed Eva, nus, obra de Masolino.

Em Belo Horizonte, na Praça da Estação Ferroviária, Monumento à Terra Mineira. No alto, a estátua de um homem nu, inspirado em Apolo, com uma bandeira em punho, também de bronze. Abaixo de uma das placas, a inscrição em latim: “Montani semper liberti”, montanheses sempre livres. Que também é lema, em latim, da West Virginia (Mountaineers are always free). No nosso caso, associada ao dístico da bandeira de Minas: “Libertas quae sera tamen”. Liberdade ainda que tardia.

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: antonioliveira2011@live.com

Photo by enrico nunziati from FreeImages

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