A necessidade de se investir em educação para os filhos
Cada vez mais, pais priorizam ensino de qualidade para a entrada dos filhos no nível superior
O Brasil é um dos países que menos gastam com a educação do ensino fundamental e médio, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). As despesas, por outro lado, com o ensino superior se assemelham às de países europeus. Os números refletem a necessidade da preocupação com o ensino básico de qualidade no país.
A pesquisa “Um Olhar sobre a Educação”, da OCDE, avaliou o estudo de 35 países, como Brasil, Argentina, China e África do Sul. O Brasil gasta anualmente cerca de US$ 3,8 mil (R$ 11,7 mil) por aluno do primeiro ciclo do ensino fundamental (até a quinta série).
Por outro lado, o gasto com os universitários chega a US$ 11,7 mil (R$ 36 mil), mais do que o triplo dos gastos com o ensino fundamental e médio. A maioria da população ainda não consegue chegar na faculdade. De acordo com o IBGE, apenas cerca de 15% da população adulta tem ensino superior no país.
Segundo o Censo 2010, quase metade da população adulta, de 25 anos ou mais, não completou o curso fundamental. Nas áreas rurais, este número é ainda maior, representando 79,6% da população. O percentual total representa 54,5 milhões de brasileiros que não terminaram o ensino básico da educação, tão necessário para a melhoria das condições de vida no país.
Investir em educação básica é um dos caminhos para garantir uma melhoria do ensino superior. De acordo com um estudo global do banco HSBC, 79% dos pais brasileiros apostam que pagar pela educação é o melhor investimento que podem fazer pela próxima geração.
Depois do Brasil, a China fica em segundo lugar no grau de importância, com 77% de país que acreditam na necessidade de investimento na educação; em terceiro lugar vem a Turquia e a Indonésia (ambas com 75%).
Um dos motivos da importância de investimento em educação pode ser exemplificada pela própria visão em cima do sistema educacional brasileiro. A educação de qualidade no país, de acordo com o levantamento, tornou-se sinônimo do ensino privado. Cerca de 66% dos entrevistados brasileiros acreditam que a escola particular é melhor do que a pública.
Diante disto, cada vez mais pais procuram complementar a grade educacional dos filhos com outras atividades extra-curriculares, assim como preferências pelos sistemas educacionais que possam oferecer maior qualidade de ensino.
Escolas com sistema integral de ensino, ocupando dois períodos e com diversas atividades escolares e assim como cursinhos preparatórios são cada vez mais opções selecionadas para a melhoria da capacidade educacional dos filhos.
O cursinho pré-vestibular, por exemplo, é um adicional educacional para pais que desejam investir além do sistema educacional padrão; um incentivo para que os filhos consigam entrar nas tão sonhadas universidades, sejam públicas ou privadas.
O número de vestibulandos que recorrem aos cursinhos para organizar a rotina de estudos e intensificar a preparação para o vestibular vem aumentando significativamente. Cada vez mais, cursos e vestibulares estão sendo mais disputados, como os de Medicina, Direito, Veterinária e Engenharia, o que acarreta em preparação e práticas de estudo.
Por Jacqueline Gonçalo
Jornalista pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
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