NOVAS FORMAS DE JEJUM

16/03/2021

NOVAS FORMAS DE JEJUM

Por Antônio de Oliveira

Do latim, jejunus, a, um:  “seco, vazio, sem nada”, adjetivo triforme. Vamos preencher esse vazio substantivamente?

Estamos em plena quaresma. Quaresma significa 40 dias. Quarentena mesmo, não quarentena de covid que vem desde 19. Quaresma se inicia na quarta-feira depois da terça de carnaval, conhecida como de cinzas. Na natureza, a quaresmeira, ou flor-da-quaresma, abre suas pétalas roxas. Liturgicamente, o roxo é a cor predominante nesta época.

Associa-se quaresma com jejuns e abstinências. É fato que muitos, isto é, os que podem, substituem abstinência de carne nobre ou comum por lautas bacalhoadas. Grande sacrifício!!!

Usos e costumes evoluem. No início da quaresma deste ano, chamaram minha atenção os quatro pilares propostos pelo #Papa Francisco #quaresma #viver de amor. Numa interpretação, creio eu, válida e viável ecumenicamente, sem distinção de credo e de abrangência universal:

“Jejum de palavras negativas e dizer palavras bondosas.

Jejum de descontentamento e encher-se de gratidão.

Jejum de raiva e encher-se de mansidão e paciência.

Jejum de pessimismo e encher-se de esperança e otimismo.”

Papa Francisco propôs também, para a quaresma, quinze atos ou gestos que mencionou como manifestações concretas de amor. Acho que uma dessas simples manifestações bate com diálogo, tema da Campanha da Fraternidade:

“Ouvir a história do outro, sem julgamento, com amor.”

Aliás, essa história de ouvir a história do outro sem fazer um juízo de valor deveria ser propósito de todo terapeuta como, afinal, de todo bom proseador. Temos o hábito cultural, maniqueísta, ou de caráter ideológico, de tachar qualquer fala ou procedimento em certo ou errado, bom ou mau, bonito ou feio…

Vale a pena refletir sobre os nossos hábitos e, se for  o caso, desconstruir alguns, malfazejos, e cultivar outros, benfazejos…

Antônio de Oliveira
| Professor | Escritor | Poeta
| endereço:  Belo Horizonte Minas Gerais

Photo by Greg Poole from FreeImages

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