O Homem e a Água (5 da série de 1 a 5)

05/05/2015

O Homem e a Água (5 da série de 1 a 5)
(5 da série de 1 a 5)

Por Antônio de Oliveira

5 Na Mitologia e em Ritos Religiosos Afro-brasileiros

Castigado por Júpiter, Tântalo é representado no meio de um rio cujas águas lhe fogem dos lábios toda vez que, acorrentado, ele tenta matar a própria sede. Havia as ninfas protetoras das fontes, das nascentes e dos rios. Netuno era o deus do mar. As sereias eram metade mulher, metade peixe.

Entre os iorubas e nos ritos religiosos afro-brasileiros, como o candomblé, a umbanda, etc., os orixás, ou voduns, de origem jeje, personificam ou deificam as forças da natureza ou de um ancestral divinizado que, em vida, obteve controle sobre essas forças. Os orixás (Iabás) são guardiães da natureza.

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Epifania significa aparição ou manifestação divina. Ou de entidades tidas como divinas. Assim, Iemanjá corresponde a Nossa Senhora da Glória, cuja epifania são as águas salgadas, os mares, as praias. Tem como símbolo a âncora; como representação, no Brasil, a sereia europeia identificada, por sua vez, com alguns mitos hídricos, como a iara indígena, ou mãe-d’água, ou a ipupiara, monstro marinho, ganhando cauda de peixe e longos cabelos. Conhecida também como Inaê, Janaína, Princesa do Arocá, Princesa do Mar, Rainha do Arocá, Rainha do Mar. É o orixá mais poderoso “do fundo do Calunga”, o mar.

Nanã, cuja epifania são as águas profundas e lodosas, os mangues em geral.
Oxum vela pela água doce, dos rios, riachos, cachoeiras, lagos e nascentes e até pela água que gesta a criança na barriga da mãe. Ossaim protege as folhas verdes; Oxossi, a flora e a fauna.

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Nessa altura, uma indagação: Será que o ser humano de hoje, considerado mais evoluído, preocupa-se igualmente com a natureza? Pelo visto, não; haja vista o descalabro em que vivemos. Triste sina! É que a natureza, agredida, não perdoa; perdida a antiga forma, não se transforma. Dá-se o Habite-se, desaparece o hábitat. No fundo, se cala a razão, não importa, trator ou canhão, é arma na mão. E arma letal.

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: [email protected]

Imagens: szc.hu

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