OLHAI OS PÁSSAROS NO CÉU
Por Antônio de Oliveira
Em 1938, ano em que eu nasci, Érico Veríssimo lança um livro, que se tornaria um marco no conjunto de sua obra, com uma frase do Evangelho:
“Olhai os lírios do campo”.
“Olhai as aves do céu”.
Assim continua o Sermão da Montanha, proferido por Jesus. Os pássaros voam e cantam. Em geral, não semeiam nem ceifam como também não colhem, à maneira dos humanos. Têm quem os alimente. Embora também recolham alimentos, como o papa-capim, e construam ninhos com gravetos, no alto das árvores, casinhas de aconchego, como a do joão-de-barro. Como vivem uma ave ou um pássaro? Araras, beija-flores. canários, papagaios…
Estão aí, aves e pássaros, pássaros e aves, cantadores e bailarinos, a comporem o universo. São aves de arribação aquelas que chegam em determinado tempo a regiões de clima temperado. Aves de rapina, aquelas que se caracterizam, visivelmente, pelo bico adunco e garras fortes.
Olavo Bilac escreveu “O Pássaro Cativo”.
Em rápidas pinceladas de poeta começa pelo alçapão. Em seguida, vê Bilac uma avezinha solitária. O carcereiro oferece-lhe água limpa e fresca, numa gaiola de ouro… Essas coisas o pássaro diria, se pudesse falar. Tua alma de criança. vendo tanta aflição. tremeria e, com o coração na mão, abriria a porta da prisão…
É de manhã. Sol a despontar. Pássaros a cantar. Um deles a me saudar: Bem-te-vi, secundado por um pequeno grupo de rolinhas.
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