PALÍNDROMO E CAPICUA
Por Antônio de Oliveira
Vieira lembra que “non”, em latim, não tem direito nem avesso. Lede-o do princípio para o fim, ou do fim para o princípio, é sempre “non”. Um palíndromo.
Do grego, palíndromo diz-se, pois, de frase, verso ou palavra que, ou se leia da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda, tem sentido: Anacitelta, anilina, ara, arara, Dad, ele, mirim, missa, Natan, Omo, Oto, radar, osso, olá (alô), ovo, ralar, reler, Renner, Roma.
Esse artifício se aplica a determinadas frases ou expressões: A grama é amarga. “Sator arepo tenet opera rotas.” Essa frase, lida da esquerda para a direita e vice-versa, ou de cima para baixo ou de baixo para cima, mantém o mesmo sentido: Tradução da frase em latim: O lavrador mantém cuidadosamente o arado nos seus sulcos. Nessa composição entram apenas oito letras: a, e, n, o, p, r, s, t. Ou, ainda: “Dábale arroz a la zorra el abad.” (Cortázar). Socorram-me subi no ônibus em Marrocos. Irene ri. Amor a Roma. A diva em Argel alegra-me a vida.
E mais: Anotaram a data da maratona. A mala nada na lama. A Torre da derrota. A namorada do Manuel leu na moda da romana. O céu sueco. O galo ama o lago. O lobo ama o bolo. Rir, o breve verbo rir. A cara rajada da jararaca. Saíram o tio e oito marias. Zé de Lima Rua Laura mil e dez. Há vários livros trazendo enormes listas de palíndromos.
Capicua, palavra de origem catalã, “cap i cua”, cabeça e cauda, surgiu no século XIX, em Barcelona. Refere-se ao número ou grupo de algarismos que, lidos da esquerda para a direita, ou vice-versa, dão o mesmo valor. Ex.: 343. 11, 101, 303, 343, 404, 1991, 2002. Refere-se também a datas e horas. No dominó (3), a pedra que pode finalizar o jogo de um ou de outro lado. Ufa! Para conferir tudo, você vai ter trabalho…
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