PARA MEDITAR…

24/08/2017

PARA MEDITAR…

Por Antônio de Oliveira

Para desvendar o universo há que ter a persistência de um cientista.

Para sentir o mundo há que ter alma de poeta.

Para perscrutar os rins e os corações há que ser Deus.

Para subir ao alto das montanhas há que ter alma de alpinista.

Para captar a afinação do mundo há que ter alma de artista.

Para suportar as dores há que ter resignação.

 

Para viver bem é preciso ter fé na vida, estranha mania de acreditar.

Para ligar o céu e a terra é preciso ser ponte.

Para conciliar a dor e a alegria é preciso ter manha.

Para conhecer o outro é preciso conhecer-se a si mesmo.

Para descobrir todas as cores é preciso transpor o arco-íris.

Para fazer alguma coisa na vida é preciso ter sonho sempre.

 

Para mover o mundo é preciso uma alavanca e um ponto de apoio.

Para vencer a ambição é preciso moderação.

Para colher é preciso plantar.

Para abrir caminho é preciso andar.

Para abrir a mente é preciso estudar, ouvir e dialogar.

Para ver o sol nascer é preciso madrugar.

Para contemplar o luar há que olhar as estrelas.

Para acertar o alvo é preciso não açoitar o ar.

Para ser político há que pensar no povo da dita e desdita democracia.

Para ser crítico há que analisar o trabalho que deu para fazer.

Para ser justo é preciso não posar de feitor de obras feitas.

Para ser religioso há que respeitar o não religioso.

 

Para dar palpite há que ancorar o ponto de vista.

Para ser professor há que aprender e de repente ensinar.

Para ser pai ou mãe não há apenas que ter filhos: é preciso ser.

Para ser é preciso não ter em demasia.

Para mandar é preciso saber obedecer.

Para entender a vida é preciso soletrar: v-i-d-a.

 

Para voar é preciso ter asas… e querer.

Para contemplar a paisagem é preciso horizonte.

Para orar é preciso fazer da vida uma oração.

Para enfrentar abrolhos é preciso abrir os olhos.

Para ver é preciso ter olhos de ver.

Para rever conceitos desconstruir é preciso.

Para ficar extenuado basta não fazer nada…

 

Olhe! Pare!

Para parar é preciso frear…

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: [email protected]

Imagem: sxc.hu

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