Parto humanizado em Minas Gerais: conheça os locais mais preparados
Aumento do debate excesso de cesáreas no país vem ampliando a busca por partos humanizados
Se é verdade que alguns partos podem apresentar complicações que exijam medidas mais cuidadosas pela equipe médica, as altas taxas de cesáreas no Brasil (cerca de 50%) fazem as futuras mamães pensarem na saúde, evidenciando um problema público por aqui.
O país é o segundo com as maiores taxas de cesáreas no planeta, ficando atrás, apenas, da República Dominicana, de acordo com os dados do relatório publicado pela revista Lancet, em 2018. O país mantém a triste tradição da América Latina e do Caribe, regiões do mundo onde mais se realizam cesáreas.
Segundo esse relatório, o número de nascimentos por cesárea, praticamente, duplicou entre 2000 e 2015, passando de 12% para 21% dos partos, e superou os 40% em 15 países. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as taxas de cesárea, em cada país, variem entre 10% e 15% dos partos.
Razões das altas taxas de cesáreas
O lobby dos convênios de saúde, a falta de informação a gestantes e a reduzida preparação e disposição de muitos profissionais da medicina em realizar partos naturais são fatores que ajudam a explicar esse quadro.
A equipe médica deve prezar pela saúde não só do bebê, mas também da gestante. E, para ambos, a cesárea é recomendada, apenas, em casos bem específicos, como hemorragias e sofrimento fetal.
Além de apresentar uma recuperação mais rápida, com menos chances de complicação, os partos naturais não expõem mãe e bebê a administrações excessivas de hormônios, nem a processos bacterianos e físicos, que são frequentes entre partos cesarianos.
Santa Casa de Andradas
Como segundo estado mais populoso do país, com uma população de mais de 21 milhões de pessoas, Minas Gerais também busca ampliar os espaços destinados à realização dos partos naturais, chamados de partos humanizados.
Um desses locais é a Santa Casa do município de Andradas, situado na microrregião de Poços de Caldas. Ao buscar oferecer um atendimento interdisciplinar às gestantes, essa instituição de saúde busca se tornar referência no estado no que se refere a partos humanizados.
Junto ao governo estadual, a Santa Casa de Andradas desenvolve o Projeto Cegonha, que acolhe gestantes que optam por terem partos naturais. Para ser contemplado pelo projeto, o hospital deve contar com uma equipe multidisciplinar e eventos para levar informações às gestantes da comunidade.
Hospital Odilon Behrens
Outra instituição que se destaca no acompanhamento de gestantes é o Hospital Odilon Behrens, em Belo Horizonte. Referência no serviço à gravidez de alto risco, o hospital recebe demandas espontâneas por atendimento ou gestantes encaminhadas por outras instituições de saúde.
Em 2019, esse hospital realizou 2.943 partos, dos quais 392 deram à luz bebês prematuros. Apesar dos inúmeros casos de alta complexidade, 65% de todos os partos realizados na maternidade da instituição foram normais, o que corresponde a 1.925.
O hospital se destaca pela atuação conjunta entre médicos, enfermeiras e doulas — mulheres que orientam e dão suporte emocional às mães durante toda a gestação. Outra iniciativa fomentada na instituição é o planejamento familiar realizado junto às gestantes e suas famílias.
Após receberem informações sobre o funcionamento do DIU antes do parto, as gestantes que tiverem interesse em adotar esse método contraceptivo assinam um termo de consentimento que permitirá a realização do procedimento de inserção do DIU no organismo da mulher logo após o parto.
Outra iniciativa importante feita pelo Hospital Odilon Behrens é uma visita guiada para as gestantes. Além de visitar as intermediações do hospital, o passeio permite conhecer a Casa da Gestante, espaço destinado a gestantes que necessitam de acompanhamento médico mais próximo.
A Casa também abriga grávidas oriundas do interior do estado e que não têm condições de custear hospedagem e alimentação na capital mineira. Um exemplo das complicações acompanhadas na Casa da Gestante é mielomeningocele, uma má formação congênita da coluna vertebral.
Grande abraço!
Press Office
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