Pequenas Atitudes, Grandes Revoluções

06/01/2017

Pequenas Atitudes, Grandes Revoluções

Mais um ano que se foi. Mas esse não foi um ano qualquer. Dois mil e dezesseis vai ficar na história como o ano que não queria acabar. Os fatos mais comentados são os piores: guerras, fugas, corrupção, desemprego, trabalhadores sem salário, sem décimo terceiro, fome, desastres, mortes…. Como se não bastasse ter sido um ano bissexto, 2016 ainda teve um segundo a mais de duração. Os astrônomos justificaram que esse prolongamento indesejado foi para compensar a rotação da Terra, cada vez mais lenta. ­– Ah! Então por que não deixaram esse segundo a mais para o primeiro de janeiro? Tinham que prolongar esse ano terrível?

Sexta-feira, dia trinta, último dia útil de 2016: fui para a academia para minha última aula do ano e, mais uma vez, fiquei aborrecida ao passar por montes de lixo acumulados nas calçadas. O caminhão da prefeitura os recolhe às 20 horas e o povo deveria colocá-lo na calçada, em sacos adequados e bem fechados, cerca de 30 minutos antes da coleta. Mas às 16 horas já se acumulam sacolas, sacolinhas e sacolões de lixo por toda parte. Algumas tão finas que se rompem espalhando sujeira e mal cheiro.

Agora eu lhe pergunto: se esse segundo a mais fosse em janeiro, em que isso mudaria sua vida? Não fazemos contas tão pequenas em nosso dia-a-dia, não é? Talvez seja isso que deva ser mudado. Precisamos ver as pequenas coisas de nosso dia-a-dia. Precisamos ver que somos um indivíduo que compõe mais de duzentos milhões de brasileiros e 7,5 bilhões de seres humanos. O mundo não se resume no “EU”. Ele é plural e é assim que devemos medir nossas atitudes.

Se você joga lixo na rua, milhões também vão jogar, se desperdiça energia, milhões também vão desperdiçar. Precisamos cultivar os bons hábitos, especialmente os menores, aqueles dos quais não fazemos conta e que fazem toda a diferença. Colocar o lixo na rua, bem acondicionado e no horário adequado vai manter nossa cidade limpa, livre de insetos, ratos e doenças por eles veiculados. Assim como um ato ruim desencadeia uma cascata de maus acontecimentos, o bom hábito, por menor que seja, também gera um efeito dominó, só que para o bem.

São as pequenas atitudes de cada um que desencadeiam grandes revoluções. O povo brasileiro foi às ruas pelo “Diretas Já”, pelo “Fora Collor”, pelo “Fora Dilma”… Foram milhares que pressionaram o Congresso, mas o indivíduo anônimo naquela massa de gente, fez toda a diferença. Ele não foi só mais um, ele foi um deles.

Pense nisso.

Feliz 2017.

Autora: Médica Cirurgiã Geral Iriam Gomes Starling é também graduada em Belas Artes. Trabalha profissionalmente com ilustração médica desde 1985. O primeiro livro ilustrado foi Obstetrícia, do prof. Mário Correa, 1988. Hoje possui milhares de ilustrações publicadas em livros didáticos e periódicos.

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One thought on “Pequenas Atitudes, Grandes Revoluções”

  • http://Liviagstarling

    As pessoas precisam acreditar nisso,que a sua atitude é importante para o país.E para um país económicamente positivo e moralmente é preciso a ação de cada um de nós. Boas ações geram bons resultados para todos . É simples assim.Boas ações em todos os momentos.

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