Poesia rega a alma, em tempos de Coronavírus
Nestes tempos de pandemia e quarentena, em função do Covid-19 ou novo Coronavírus (tanto faz, o estrago é o mesmo) nada como uma boa diversão e distração caseira. A poesia é umas das relflexões que nos traz muito prazer ao lê-la ou ouví-la, bem recitada. Neste mote, a grande ilustradora, médica e também poetisa, Iriam Starling, deixa seu recado em várias poesias. Uma delas publicada neste post, trás uma belo prisma sobre nosso momento atual. Vale a leitura!
Finito
Por Iriam Starling
Se a vida teve um começo,
há de ter um fim.
Começo solitário, fim solitário,
não há como negar.
Nada,
nada
hás de levar.
Então não leves a vida a cismar,
faça algo,
faça logo.
Amanhã será outro dia.
Será?
E se eu não acordar?
Viva hoje, ame hoje, pois o depois pode não vir.
A vida é um eterno vai e vem, sempre a nos despedir.
Nos despedimos da infância,
da adolescência,
da juventude…
A velhice, é um constante despedir dos amigos e dos parentes,
até que um dia, nos despedimos do mundo,
para sempre.
Tenho pressa de viver, de sentir, de te curtir.
Mas, quando me for, que será que vou deixar?
Doce ilusão achar que alguém há de mim se lembrar.
Talvez um dia ao ano, no dia da minha morte ou de meu nascimento.
Mas até isso, também tem seu tempo.
Quem me conheceu vai partir.
A vida pode ser eterna, mas a minha, a sua, a nossa são finitas.
Algo, porém, pode durar mais que a memória.
A palavra e o conhecimento transmitidos,
a magia da cor e do traço vão ficar.
A negação, a contradição e a apreciação das ideias, se eternizarão.
Deixo, pois, a palavra,
as pinturas,
os desenhos.
Deixo neles minha alma,
e todo meu amor.
Que durem até o dia em que a nossa linda terra também se for.
Também está no Youtube, recitada pela autora:
Imagem de pasja1000 por Pixabay
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