QUANTO À INFÂNCIA…
Por Antônio de Oliveira
Cair na real no Dia da Criança…
“Pois sou criança e não conheço a verdade.”
Ah, que verdade, Cazuza?
Vá lá! Se a verdade consiste na aquisição de conhecimento, tudo bem.
Já a verdade que liberta pode desconstruir para transformar.
Pode doer. Causar dó, pena. Entorpecimento…
Dentro de nós:
neuroses aparecem quando a criança traumatizada aflora no adulto.
Fora de nós:
mendicância infantil, um espetáculo deprimente.
Como dói!
“Ah, como dói viver quando falta a esperança!”.
“Desesperança”, poema de Manuel Bandeira.
Máscara, medida preventiva contra pandemia. Máscara, disfarce. Desde o adulto que cobre o rosto para praticar assalto a banco, nos faroestes, aos assaltos a bancos, também cinematográficos, nos dias de hoje. O uso de máscara vai ficar na história como procedimento profilático para prevenir e suster a propagação de covid-19.
Animal simbólico, o ser humano, que dá nome às coisas, vive de símbolos. Pais fantasiam o menino de super-herói; a menina, de princesa. Adultos usam máscara no carnaval, no baile de máscaras. Maquiagem envolve um conjunto de produtos de beleza: base, pó de arroz, ruge, batom, sombra, máscara para cílios… Algumas vezes mais que de beleza, quando indispensáveis à autoestima. Cosméticos, enfim, um bom nicho a oferecer novas oportunidades de negócios. Quem fica fora de moda se dizia ‘démodé”. Seria este um dos sentidos de “cringe”, brega, na gíria? Até parece que covid-19 veio como retaliação. Mascarou todo o mundo de vez. O Coringa completou esse ciclo no cinema. Surgirá um novo conceito de máscara?
Educar sem máscara, em sentido figurado, eis uma proposta transparente. Senhores pais e educadores, o teste para uma criança feliz é feito tardiamente na idade adulta.
Ou à maneira de Casimiro de Abreu:
“Oh! que saudades que tenho
da aurora da minha vida…
Ou de Ataulfo Alves, que daria tudo que ele tivesse pra voltar aos tempos de criança. E tinha saudade da professorinha que lhe ensinou o bê-á-bá…
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