ROSA É ROSA

Por Antônio de Oliveira

Roseira. Planta ornamental cultivada pela beleza de suas flores: rosas vermelhas, brancas, amarelas… Tonalidades mágicas. Como nos campos de Holambra, SP. Flor da roseira, a rosa é: graciosa, delicada, de inebriante aroma. O esvoaçante beija-flor sabe disso. Símbolo de relações afetuosas, sublimes. Símbolo do amor. Rosa mística. Gertrude Stein acreditava que a repetição reforçaria a verdade das coisas e das pessoas. Do poema Sacred Emily, este verso:

“Rose is a rose is a rose is a rose”.

“What’s in a name?” O que há num nome? Pergunta Julieta, no ato II, cena II, de Romeu e Julieta. Ela mesma responde: Se denominássemos a rosa por outro nome, igual perfume ela tería.

Mais simples ainda foi dar o nome “Romeu e Julieta” a duas fatias de queijo com goiabada, popular sobremesa mineira. Dois braços abraçando um naco de goiabada. Há quem diga que esse nome de “batismo” foi dado pelo cartunista Maurício de Souza.

Rosa, este é, pois, o nome da flor da roseira. De corola dobrada, consta de pétalas formadas à custa da transformação dos estames. Uma roseira, no entanto, não produz apenas rosas. Em geral, não existe rosa sem espinhos, tampouco canteiro sem ervas daninhas, sem o inço, sem as línguas-de-vaca, sem os carrapichos, sem a erva-de-passarinho. Seara nunca é só de trigo.

“E, quando caia [o trigo] na mó da azenha,

Não seja o caso que às vezes tenha

Joio ou mistura de grãos de aveia.” (Conde de Monsaraz)

Enamorar, “estar en amor”. Sentir o aroma da rosa flor e da Rosa mulher. O amor requer prodígios de dedicação e tolerância, provas, confirmações permanentes. O comércio mostra o espelho de rosto e o rosto no espelho. Ver, nos olhos, o espelho da alma. Num feliz idílio de namorados!