SOBRE PRECONCEITO E PRECONCEITO SOBRE
Por Antônio de Oliveira
Preconceito é assunto sempre na ordem do dia. Em geral se diz preconceito contra alguém ou contra alguma coisa. Raramente ouço dizer preconceito sobre alguém ou sobre alguma coisa. Uma dessas sutilezas gramaticais envolvendo regra, fala coloquial, imaginário associado ao termo.
Prefiro a regência “sobre”… Bem entendido, regência nominal, porque preconceito mesmo eu não gostaria de ter nenhum. Nem um. Falando de preconceito, trata-se de um substantivo regido pela preposição ”sobre”, sobre alguém, alguma situação.
É uma ideia preconcebida, formada antes de ater-se à veracidade de sua concepção, generalização automática de casos isolados. Como preconcepção, a probabilidade de um “pré” conceito ser falso é enorme. Enfim, terrível palavra, verbete perigoso esse: “preconceito”. No caso do conhecimento intuitivo, a preconcepção pode dar certo.
Tinha preconceito sobre autores midiáticos, do tipo “mais vendidos”. Um desses livros caiu-me às mãos. Eu li, tirei proveito de alguns “passos” do conteúdo! A ponto de fazer anotações. Na verdade, não me alinhei com todo o teor. Mas isso é normal. Eh! Em vez de dizer que “A ignorância atravanca o progresso”, mote de Odorico Paraguaçu, na novela ‘O Bem Amado’, de Dias Gomes, poder-se-ia dizer “O preconceito é que atravanca o progresso”. Ou o somatório de ignorância e preconceito, pois ambos, preconceito e ignorância, atravancam o progresso.
Sempre é bom radicalizar menos e ponderar mais. Sopesando os pratos da balança, visando ao equilíbrio das partes pela inserção de prós e contras. Levar de par o confronto das ideias e das ações, do válido e do viável, do coletivo e do individual, do público e do privado, do material e do espiritual, do ético e do legal, do exorbitante e do consentâneo com a razão e o coração…
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