VIDA EM COMUM
Por Antônio de Oliveira
A visão do outro comporta várias ópticas: A descoberta do outro, livro: de Gustavo Corção; penitência, citação de Papa Francisco, Sartre, Titãs…
“A vida em condomínio é muito difícil.” Verdade. Tratando-se de condomínio, isto é, domínio comum, de decisões colegiadas, se as decisões são colegiadas, também colegiado deveria ser o cumprimento dessas decisões. Mas não é bem assim. Veja-se o caso do regimento. No fundo, isto é, no nosso inconsciente (ou consciente coletivo?), parece que já contamos com isso, a ponto de, sem necessidade, qualificarmos pleonasticamente: “Regimento Interno”.
– Você conhece algum regimento externo?
Uma escola pode regulamentar para outra cumprir?
Alguém pode fazer promessa para outra pessoa pagar?
Usar cartão de crédito sem autorização do titular?
Há pessoas que se valem das leis apenas para justificar-se e ferrar os outros.
Papa Francisco, seguidor de João Berchmans, admite “mea maxima poenitentia, vita communis”: minha maior penitência é viver em comunidade.
Sartre escreveu “O inferno são os outros”. Numa comparação popular, verdadeiros ferrinhos de dentista, a apontar defeitos e cáries e a cutucar mais do que elogiar.
”Larga deu, Fedô!” Acabava por dizer Joselino Barbacena, da Escolinha do professor Raimundo.
Titãs têm uma música com o refrão: O problema não é meu / O problema não é meu / O paraíso é para todos / O problema não sou eu, o inferno são os outros.
Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: antonioliveira2011@live.com
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